OBRIGADA, QUERIDA MESTRA!
Dela eu sei muito pouco, apenas que chamava-se (Chama-se?) MARLUCE,era Pernambucana me parece que de Recife, e que nos ministrava belíssimas aulas de Português com competência ímpar.
Nos idos de um mil novecentos e setenta e três e quatro, era ela a professora responsável pela referida disciplina do ginásio dum colégio estadual de São Paulo.
E foi com ela que intensifiquei meu gosto pela língua, pela gramática, pela escrita.
Lembro-me que certa vez,chamou-me para discutirmos um possível erro de sintaxe, e eu na inadvertência da plena adolescência, lhe disse:
-Professora tá certo, não errei não! Foi a senhora quem me ensinou assim!
E ela, na humildade própria dos que sabem e têm nobreza de espírito, orgulhosamente analisou e concordou comigo.Não havia solecismo, mas a professora era ela! Ambas então, havíamos acertado!
Nunca me esqueço daquela figura tão importante na minha vida.
Sempre que escrevo, sinto que devo-lhe cada palavra, cada título, cada sintaxe, cada dúvida...cada inspiração...como gostaria de tê-la por perto para continuar perguntando, questionando, argumentando e lhe mostrando o quanto sou grata a ela e à sua capacidade pedagógica de encantar e motivar.
Hoje, professora, nos perdemos pela vida.E como a s relações entre mestres e alunos se transformaram de lá para ca´! Que pena!
Mas tenha toda certeza de que comigo segue, nas entranhas do meu coração, impregnada em cada verso...homenageada em cada rima...lembrada em cada conjugação...posto que o universo iconográfico das palavras, não me é suficiente para expressar o modo como a identifico dentro de mim.
-Obrigada, querida mestra!
Talvez essa me seja a expressão mais simples e mais verdadeira!