HAICAIS DAS QUATRO ESTAÇÕES
Na madrugada de 01 de março de 2013
Esta publicação é para meu amigo Gajo Costa
Paisagem dourada.
Pela alameda de ipês
os ciclistas cantam.
Bolhas de sabão
levitam, sonhos translúcidos
por alguns instantes.
Sozinha no quarto.
Só balé de mariposas
ao redor do lustre.
Noite pelo meio.
Só a lua enevoada
contempla-me a insônia.
Uma joaninha
tenta decifrar-me as linhas
da palma da mão.
O prego é o mesmo
a agenda, novinha em folha.
Que nos traga sorte!
Taças de sorvete
domingo à tarde, no shopping.
Criançada em festa.
Flores da paineira
refletidas na vidraça.
Quadro natural.
Guri de cidade.
De olhos arregalados
ele e o espantalho.
A mosca outoniça
a esmo, sobre o tapete.
Parece não ter asas.
Desmancha o tapete
procissão de Corpus Christi
e todos aplaudem.
Homem solitário
diante do mar de inverno
sem nenhum navio.
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