CANDANGO BRASILIENSE / DF 27 / PLUS

Brasília das

Asas e Quadraturas

Cerrado Central

KX@ 1º Novembro 2012, quinta-feira, primeira madrugada.

Último do Grupo de 27 Haicais, Toponímicos Brasileiros, originais de Kuaracy Xamã (KX) publicados no Recanto das Letras - a saber:

Ara-Caju SE 1 / Jaú SP 2 / Florianópolis SC 3 / Porto Alegre RS 4 / Rio de Janeiro RJ 5 / Belo Horizonte MG 6 / Curitiba PR 7/ Mato Grosso MT 8 / Espírito Santo ES 9 / Campo Grande MS 10 /

/Rondônia Velhense RO 11/ Acreano AC 12 / Amazônia AM 13 / Roraima Boa-Vistense RR 14 / Belenense Paraense PA 15 / Amapá AP 16 / Ludovicense Maranhense MA 17 / Teresina Piauiense PI 18 / Tocantins Palmense TO 19 / Fortalezense Cearense CE 20 /

/Natalense Potiguara 21 RN / Paraibano Nego PB 22 / Maracatu Pernambucano PE 23 / Maceioense Alagoano AL 24 / Bahia Mãe De Santo BA 25 / Goianiense De Goiás GO 26 / Candango Brasiliense DF 27.

ANEXO:

Etimologia de Candango, Candengue ou Cambonga; - filhote de, caçula ou moleque. Língua kiMbundo de Angola (ver Óscar Ribas).

As diatribes das crianças podem também ser associadas a mau comportamento, inconsciência, daí ser coisa ruim. Eram assim que os escravos africanos também viam os portugueses na época colonial no Brasil e em Angola.

Na década de 1960 na construção de Brasília e devido à conotação depreciativa por vir do africano, o nome também era associado a ‘coisa ruim,’ ordinária, baixaria. No entanto, grosso modo hoje refere-se ao natural de Brasília, muitos de origem nordestina, aliás como grande parte do Brasil.

Por outro lado, a etnolinguística afro no Brasil faz parte da enorme herança cultural dos escravos africanos levados pelos portugueses, primeiro da Guiné-Bissau a partir de 1502, segundo Margaret L. King, e cem anos depois grande leva de escravos chegariam do Congo – Angola no século XVII (1600) como força braçal principal por mais resistentes fisicamente ao trabalho escravo, por desenraizados do seu continente de origem, portanto, de maior controlo psicológico pela parte dos feitores portugueses e dos vizinhos espanhóis coloniais.

No entanto, essa aparente submissão inicial do africano em solo estranho (terra do pau-brasil), não impediu que muitos escravos africanos se revoltassem e se refugiassem no meio dos guaranis e afins e fossem protegidos e 'adotados' pelas cunhãs.

Nessa cooperação afro-ameríndia teria havido troca de culturas no artesanato, agricultura, culinária, e segundo dados recolhidos por Darcy Ribeiro, mesmo nas relações sexuais esse africano refugiado na selva brasileira introduziria na mulher guarani e afim, sensações até então desconhecidas para ela, tanto pelo seu homem ameríndio, como pelo invasor europeu. Pois ambos, do alto dos seus machismos alfas tradicionais, a tomavam como objectivo simples de

descarga sexual. O africano faria a cunhã-mulher ameríndia, sentir-se mulher no trato menos egoísta.

Os guaranis e afins resistiam desesperados fugindo para o interior da selva. Outros eram reduzidos à escravidão ou ao alcoolismo das bebidas europeias introduzidas para consumo à força visando enfraquecê-los no corpo e na alma. Mais tarde, os bandeirantes fariam o resto.

Holandeses, franceses e espanhóis tentariam participar no botim, em vão. Os portugueses controlariam a situação até ao século XIX (1822). Todavia, os seus descendentes já mestiços criariam raízes aos dias de hoje reforçando laços genéticos com outras origens europeias e asiáticas.

Em 1500 a grande nação guarani ao longo de todo litoral sul ao nordeste e interior compreendia cerca de 4 milhões. Hoje são pouco mais de 200 mil dispersos sem identidade de memória comum.

No entanto, segundo testes recentes de DNA (UFMG e USP) a maioria do povo brasileiro de todos os tons de pele terá algum vestígio de sangue ameríndio, além do africano e europeu: - e «dos brasileiros autodeclarados “brancos” os seus DNA registariam 33% ameríndio; 39% europeu; 28% africano.» Fonte UFMG, Professor Dr. Sérgio Pena (10/10/ 2008).

A ironia da história, pois, ainda que historicamente exterminados por limpeza genética, mas na realidade atual, os guaranis e afins, ditos ameríndios e os mestiçados guacurus sobrevivem no ADN da cidadã e do cidadão comum brasileiros - da mais clara e claro aos mais escuros e escuras de tom de pele. A Ciência prova, com-prova.

Kuaracy Xamã

KX@ 1º Novembro 2012, quinta-feira, segunda madrugada.

NB: «O Brasil é dividido administrativa e politicamente em 27 unidades federativas, sendo 26 estados e 1 distrito federal.»

'Data venia:' - Sogeografia.com.br

http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/Estados/

Kuaracy Xaman
Enviado por Kuaracy Xaman em 08/11/2012
Código do texto: T3975834
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