SOCORRO!

Vítima de letal fogo amigo?

Suponho, pois ninguém me ouve,

Lê, ou fala comigo.

Estou paranoico, ou é deserção real?

Meus apelos não têm ressonância,

Não é suprida a nervosa ânsia

De alguma interlocução, afinal.

Somente Gi concessão ainda faz.

Atende um chamado telefônico,

Todavia de modo bem lacônico

Responde,rarefeita, mas, rápido sinal ela faz

De que urge ser interrompida

A tão breve conversa havida.

Logo ela, de habitual tão loquaz...

Alegando obrigação adversa

De imediato põe termo na conversa

E o contato é encerrado.

Por estes dias tem sido assim

De todos, desinteresse por mim

E eu penando, qual desesperado.

Acaso morri e não dou por percebido

Por repentino haver ocorrido

Tal angustiante novo estágio?

Ou porque ao morto saber não é dado

Que para outro mundo já foi transportado?

Ou era eu devedor e não paguei o pedágio?

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 20/08/2012
Reeditado em 21/08/2012
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