Joanitas e Verinhas, velhos e velhinhas
Em comum, os nomes no diminutivo. Joanita veio direto da certidão de nascimento e do batismo. Verinha surgiu do carinho dos pais e parentes para diferenciá-la da mãe, Vera também.
Muito mais em comum, a missão que receberam e cumpriram com louvor graças a suas almas superlativas. Cada uma no seu tempo, ambas dedicaram bons anos de suas vidas aos respectivos sogros, quando eles passaram a ser reféns da idade que avançava e da cama os aprisionava.
Joanita, minha mãe, cuidou do meu avô. Verinha, prima por afinidade por parte da patroa, teve dose dupla: sogro e sogra. Anos a fio. Tantos passeios, festas e viagens elas perderam. Incontáveis noites mal dormidas. Tudo sem queixumes nem mágoas.
Nunca se deram conta de que entregavam o mais puro amor, porque esse amor não tem contabilidade. Não era generosidade, muito menos caridade. E nada de ninguém elas jamais cobraram ou exigiram.
A essas duas heroínas e a todas as pessoas, homens e mulheres, que doam ou doaram, com amor e desprendimento, parcelas das suas vidas ao bem estar de idosos, amenizando sofrimentos, curando feridas do corpo e do espírito e, sobretudo, não permitindo a eles sentirem-se estorvos ou incômodos, dedico este haicai.
Felizes velhos, velhinhas
no manto de amor
de Joanitas e Verinhas