234º HAICAI
(HAICAI GUILHERMINO)
FESTA AOS OLHOS
Céu em convulsão
Crepuscular clarear
Ocaso em verão
Jeronimo Madureira
28/02/2012.
*Inspirado na publicação da minha amiga Kathleen Lessa no Recanto das Letras - http://www.recantodasletras.com.br/haikais/3517197)
*Quando se fala em haicai “guilhermino” quer-se afirmar que se trata de haicai imaginado por Guilherme de Almeida, grande entusiasta do haicai no Brasil.
O poeta idealizou-o com rimas no primeiro e terceiro versos, além de duas no verso intermediário.
“O Haicai” — título do apresentado a seguir, que leva o mesmo nome da forma poemática, tem o esquema de 5-7-5 sílabas poéticas, lembrando-se que a contagem recai até a última sílaba tônica, conforme assinalado e respectiva escansão silábica subseqüente. Assim:
Lava, escorre, agi(ta)
a areia. E enfim, na bate(ia),
fica uma pepi(ta).
La / va, es / cor / re, a / gi / ta
a a / re / ia. E en / fim, / na / ba / te / ia,
fi / ca u / ma / pe / pi / ta.
Se se prestar atenção, Guilherme de Almeida rimou “agita” e “pepita”, do primeiro e terceiro versos e “areia” e “bateia” do verso intermediário.
Observe-se que o haicai original — como é escrito no Japão — não contém rimas.
Uma das referências do relacionamento do poeta com o haicai nipônico pode ser creditada à língua francesa, como exímio conhecedor que era, uma vez que essa forma poética teve grande repercussão naquele idioma, com traduções diretas do japonês, organizadas por Paul-Louis Couchoud, a exemplo do livro “Sages et Poètes d’Asie”, obra sobre a qual Afrânio Peixoto faz alusão.*
(Fonte: Comunidade Às voltas com o haicai guilhermino –
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?tid=2487536341494658194&cmm=1557827&hl=pt-BR)