Toquei-lhe com a ponta dos dedos, acariciando-a com receio de desfazer aquela delicada e rubra cor. Em cada toque saboreei seu gosto vermelho. Tinha um sabor a veludo! E acho que com o vermelho tingi os olhos também e meu sorriso abriu-se... Nunca antes sentira aquela cor assim, dentro de mim…  
Abracei a rosa vermelha entre os dedos quase sem a tocar. Estava a desabrochar, lentamente. Levantei-me e olhei o sol. Não havia nuvens. E o vento mal se fazia sentir. «Obrigada, por fazeres meu dia tão vermelho e perfumado!» - pensei,  enquanto meus olhos continuavam a abraçá-la e meus dedos a acariciá-la, quase sem a tocar. Senti-me viva, intensamente viva em meio a tanto vermelho…




HAICAI  LVI

O vento passa
através das pétalas
no ar rubro aroma

Ana Flor do Lácio






Brisa da manhã
Trouxe-me aqui seu recado
Rubro, perfumado.


(Luiz Moraes)
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 11/02/2012
Reeditado em 11/02/2012
Código do texto: T3492520
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