Toquei-lhe com a ponta dos dedos, acariciando-a com receio de desfazer aquela delicada e rubra cor. Em cada toque saboreei seu gosto vermelho. Tinha um sabor a veludo! E acho que com o vermelho tingi os olhos também e meu sorriso abriu-se... Nunca antes sentira aquela cor assim, dentro de mim…
Abracei a rosa vermelha entre os dedos quase sem a tocar. Estava a desabrochar, lentamente. Levantei-me e olhei o sol. Não havia nuvens. E o vento mal se fazia sentir. «Obrigada, por fazeres meu dia tão vermelho e perfumado!» - pensei, enquanto meus olhos continuavam a abraçá-la e meus dedos a acariciá-la, quase sem a tocar. Senti-me viva, intensamente viva em meio a tanto vermelho…
HAICAI LVI
O vento passa
através das pétalas
no ar rubro aroma
Ana Flor do Lácio
Brisa da manhã
Trouxe-me aqui seu recado
Rubro, perfumado.
(Luiz Moraes)