Visto desta varanda para o mar, o horizonte é um traço indefinido, difuso pelo cinza da distância. Lá em baixo, moldando pacientemente as pedras, o labor das vagas espumosas sussurra um ignoto e repetido cântico. Será talvez o eco das vozes longínquas dos marinheiros que pisaram estas praias séculos atrás...
O mar ensinou-me que, apesar de eternas, jamais verei as mesmas ondas. São sempre novas as águas que se agitam à frente do meu olhar. Tudo nele é constante renovação.
Vistos desta varanda para o mar, passado e futuro deixam de ter importância, apenas importa este momento, ainda que breve, em que recebo do mar e a ele devolvo o ar que respiro, que me renova e me dá vida.
No eterno namoro que as une, as ondas enrolam-se ternamente no moreno das pedras, parecendo perpetuar esse encontro em constantes beijos de amor. Sopra a brisa suave e, numa terna e eterna carícia, faz voar os salpicos desses beijos molhados que tocam meu rosto... Simplesmente fecho os olhos para sentir mais profundamente a sublimidade deste momento...
HAICAI LIV
Tantos séculos
cantando a mesma canção
...eternas ondas...
Ana Flor do Lácio
Uma foca orando
ondas avançam e fogem
Praia de Ipanema
(Afonso Martini)
Marulhar sereno
canta canções de ninar
Me deixo embalar
(HLuna)
Tais ciclos vitais,
Que o universo vibra,
O mar move sais...
(Jacó Filho)
Tantos séculos
cantando a mesma canção
...eternas ondas...
Ana Flor do Lácio
Uma foca orando
ondas avançam e fogem
Praia de Ipanema
(Afonso Martini)
Marulhar sereno
canta canções de ninar
Me deixo embalar
(HLuna)
Tais ciclos vitais,
Que o universo vibra,
O mar move sais...
(Jacó Filho)