Arcos da Lapa, Rio de Janeiro
Mesmo chovendo, a Lapa parece ter vida própria, exercendo um fascínio inexplicável sobre quem a visita. Tem história, teatro, dança, música, botequins, uma profusão de movimentos culturais que fazem dela um lugar com programas imperdíveis. Quem deseja conhecê-la a fundo deve deixar a preguiça de lado e preparar-se para caminhar. É na rua que tudo e todos se se encontram e, em cada esquina, inúmeras surpresas.
Mas, para onde quer que se vá, os Arcos parecem ser o centro de tudo e a maior atração do bairro. Os Arcos da Lapa foram construídos em 1750 e são a mais importante edificação colonial que se manteve em pé, apesar do crescimento tecnológico. Sua função era distribuir à população a água das nascentes do Rio Carioca vindas do bairro de Santa Teresa. Com 64 metros de altura e 270 de comprimento, os Arcos são o símbolo do boêmio bairro que lhe deu o nome. Desde 1896 o antigo aqueduto serve de viaduto para os famosos bondinhos de Santa Teresa. Um passeio que quero repetir, mas em dia de sol. Na Lapa, centro de todas as boêmias, também está a Escola de Música da UFRJ; o prédio do Automóvel Club do Brasil; a Sala Cecília Meirelles; a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, do século XVIII; ao longe, no morro de Santa Teresa, o Convento de Santa Teresa.
Confesso que um passeio, durante o dia e debaixo de chuva, é um programa interessante, mas a noite faz a fama do bairro, principalmente para a juventude. A boêmia vai até os primeiros raios de sol da manhã, seja nos botequins, nas casas de show ou na rua, em volta dos monumentais Arcos, ao som do samba e do choro…
Chove na Lapa
arcos matam saudade
da água d´outrora
31/01/2012
Ana Flor do Lácio