HAICAIS***
nesta primavera
menos sol e menos cores
o céu molha a terra
sem parceira cravo
torna-se botão sem flor
o amor saiu de casa
no jardim o antulho
que sorria no verão
faleceu em julho
anda a madrugada
com lágrimas de orvalho
sobre a rosa nua
da pequena folha
uma gotinha de chuva
caiu e fez-se bolha
faz-se madrugada
na alcova sem luz do poeta
a poesia é vinho
uma rosa abriu
a boca e exalou perfume
na imaginação
cotidiano apito
avisa ao poeta sozinho
que a noite se foi
estrela perdida
em um ponto do universo
brilha solitária
duas mariposas
pousam na vermelha rosa:
exalam o amor
inverno com chuva
nos beirais do telhado
o canto dos pássaros
noite prolongada
coração traz em silêncio
vontade de amar
tarde sem calor
alma, corpo e coração
sonham ser amantes
temporal de agosto
na metrópole o automóvel
menos veloz que o homem
ventania fria
na tarde pó dentre os olhos
tal fosse deserto
Amigos Recantistas, estarei viajando até dia 23 de março, fiquem com Deus e boa diversão e leituras para todos! Até a volta, abraços e beijos, Alexandre!