Olhares

A dor lancinante

Que já trespassou meu peito

Fez-me viajante!

Lua matinal,

muito discreta e pálida,

da noite o final!

A dor mais doída

dói bem no fundo do peito

na hora da partida!

Na curva atrevida

Alguns perdem o controle

Da nave da vida!

Numa degustação

Toda rapadura é doce,

Mole nunca é não!

A luta só é vã

Quando quem nela disputa

Perdeu pra si mesmo.

Noção de sucesso

Tem estreita relação

Com a pretensão.

Arrependimento,

Noção que vem à cabeça

De quem não pensou...

Amargos e doces

Na degustação da vida

Se alternam como ondas.

Deus permita a mim

Viver simplesmente assim

com sabedoria.

Para ser feliz

Preciso tão simplesmente

Ser um aprendiz.

Palavras ferem,

Cortam a carne profunda

De quem as sentem.

Para viver bem

Eu darei menos ouvido

Aos ditos de alguém.