HAIKAIS IMPERFEITOS (42): À Poeta Galega
Livre e grande e boa
quero, Poeta, que sejas:
água, monte e pão.
Evoco, pela tua culpa, do poeta ácrata e estudioso da literatura clássica greco-latina, Agustín García Calvo, o poema «Libre te quiero». Seja como for:
Quero-te excelsa
e não apenas ulmeiro:
excelsa e humana.
Quero-te brancura,
sim, de azar certo de aromas,
de laranjas doces.
Mas não... Só desejo
—essência de anelo claro—
que nunca andes triste...
Só aspiro sincero
a que, flor, pão, água ou monte,
sejas sempre livre...