HAIKAIS IMPERFEITOS (36): Sobre poemas de Tânia Souza (II)
A CHUVA ME CHOVE
E quando chove
Adornadas de poeiras
Umedecem-se velhas tristezas
Cheiro da terra molhada leva e lava
Ilumina-se à tarde em alegrias matreiras
Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 23/04/2008.- Código do texto: T958678
Chuva florescida:
Húmida tristeza tarda:
Poeria de dores...
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SÓ
Indiferente multidão
Mergulhada em sombras
Perdida entre estrelas
Vaga luminescente solidão
Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 22/04/2008.- Código do texto: T956433
Só na multidão:
Longe, sombra entre as estrelas:
Saudade, soidade...
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RUBROS DESEJOS
cerejando de beijos
rubis em doce junção
suculentos segredos
vermelha tentação
Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 20/04/2008.- Código do texto: T953789
Beijos são redondos:
Segredos são suculentos:
Desejo e paixão!
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O ÚLTIMO TANGO
Em azul bailado
Em rosto sombreado
Encontro de almas
Em notas orquestradas
A pele suspirada
A cada passo resvalado
Nos volúpticos movimentos
O último tango de solidão deixada
O primeiro da felicidade almejada.
Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 27/03/2008.- Código do texto: T919064
Pena Marlon Brando...
Maria Schneider... almeja
Paris dança o Tango!
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MIGUEL HERNÁNDEZ
[...] A presença que ficou marcada na história, e a saudade na prisão, a ausência que tanto cantou “Ausencia en todo siento/ ausencia, ausencia, ausencia.” não se calou, e em cada verso, se fez ouvir, sim, Miguel Hernandez, poeta e soldado republicano, morto na Guerra Civil da Espanha, mesmo preso, não se calou, e sua poesia não se calará jamais, um alento para que a verdadeira liberdade não seja nunca abandonada.
Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2008.- Código do texto: T838863
Ausência ou “España”
Vento do Povo esquecido
Miguel, pai e esposo!