O velho cajueiro
Desde minha infância, um cajueiro de ramificação baixa estendia a copa no quintal de casa com florezinhas avermelhadas já pelo mês de junho. Os passarinhos dizendo-se frequentadores constantes da árvore ficavam a levantar cantos, puxando o dia com alegria. Da cozinha, minha mãe comentava que os pássaros estavam assim pela proximidade dos cajus. Sua atenção era nessa música, que se encontrava com seu sorriso de mulher trabalhadora...
Então, recordo-me como se fosse hoje, que ao final da década de 80, ela me telefonou um dia dizendo que o cajueiro estava morrendo. Todas as folhas haviam caído e não era tempo de renovação da folhagem, não havendo motivo para a perda total das folhas. A voz dela tinha um tom de choro e de sofrimento.
Quando voltei para casa três anos depois, vi que minha vontade era ainda provar dos cajus vermelhos e saborosos...
Velho cajueiro –
Os passarinhos estão
Ao calor do sol