A Construção do Sentido das Frases em Inglês e Como os Falantes Nativos de Inglês Aprendem Inglês

A construção do sentido das frases em inglês é um processo complexo e fascinante, especialmente quando analisamos como os falantes nativos da língua inglesa conseguem compreender e produzir frases com fluidez, sem se preocupar conscientemente com as regras gramaticais. Isso ocorre, em grande parte, devido ao processo natural de aquisição da língua, que envolve uma série de mecanismos cognitivos e sociais que permitem a compreensão e produção de frases corretas de forma intuitiva. Vamos explorar esse processo em detalhes, como ele acontece de forma intuitiva e como os falantes nativos de inglês internalizam as regras do inglês.

 

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A Aquisição Natural da Língua Inglesa 

 

Os falantes nativos de qualquer língua, incluindo o inglês, aprendem a falar de forma intuitiva desde muito cedo. Quando um bebê ou uma criança começa a ouvir uma língua durante o período crítico para a aquisição da linguagem, ela está exposto a uma variedade de sons, palavras e frases que são produzidos em contextos específicos. Esse processo de aprendizado não envolve o estudo explícito de regras gramaticais, mas sim uma absorção natural das estruturas linguísticas que são mais comuns e frequentes no ambiente ao redor do bebê ou da criança. Os falantes nativos de inglês, assim como qualquer outra criança que aprende sua língua materna, começam a entender e produzir frases simples antes mesmo de compreender formalmente as regras gramaticais que regem essas frases.

 

Durante o processo de aquisição, os falantes nativos de inglês começam a construir uma rede mental de associações entre palavras e significados. Com o tempo, essas associações tornam-se tão fortes que o falante nativo de inglês pode gerar frases complexas sem a necessidade de pensar conscientemente nas regras que governam a estrutura da frase.

 

Como os Falantes Nativos de Inglês Aprendem Sem Regras Formais

 

A chave para entender como os falantes nativos de inglês conseguem construir o sentido das frases sem se preocupar com regras gramaticais está no conceito de input linguístico e intuição linguística. Vejamos cada um desses aspectos em detalhes.

 

Input Linguístico

 

O conceito de input linguístico, introduzido pelo linguista Stephen Krashen, refere-se à exposição constante que os falantes nativos têm à língua ao longo de suas vidas. As crianças desde o período crítico para a aquisição da linguagem são expostas a milhares de frases, perguntas, comandos e interações verbais que os ajudam a entender como a língua funciona, sem que ninguém precise ensiná-las explicitamente as regras. O input linguístico é fundamental para que o cérebro construa uma representação mental da língua, onde os padrões gramaticais começam a se formar com base nas frases que o indivíduo ouve e usa.

 

Por exemplo, uma criança que ouve constantemente a frase "I want a cookie" pode internalizar a estrutura da frase (sujeito + verbo + objeto) e começar a formar frases semelhantes, mesmo sem saber as regras formais do verbo "want" ou do uso de artigos como "a" ou "an".

 

Intuição Linguística

 

A intuição linguística é o fenômeno pelo qual os falantes nativos de inglês sabem intuitivamente o que soa "certo" ou "errado" em sua língua, mesmo sem ter um conhecimento explícito das regras subjacentes. Isso se deve ao fato de que os falantes nativos de inglês internalizam as estruturas da língua de maneira inconsciente ao longo de sua vida. Eles sabem, por exemplo, que em inglês a estrutura de uma frase afirmativa geralmente segue a ordem sujeito-verbo-objeto, mas não precisam pensar em uma regra gramatical que explique isso.

 

Por exemplo, um falante nativo de inglês saberia automaticamente que a frase "She can sings beautifully" está errada, substituindo o verbo "sings" por "sing", sem pensar em regras gramaticais. A intuição de que "sing" é a forma correta do verbo no contexto da frase surge naturalmente, porque ele ouve e usa esse tipo de construção o tempo todo.

 

Exemplos de Como os Falantes Nativos de Inglês Constróem Sentido Sem Regras

 

Agora, vamos explorar alguns exemplos práticos que ilustram como os falantes nativos de inglês formam frases de maneira intuitiva:

 

1. Uso do Tempo Verbal

 

Em inglês, os falantes nativos de inglês não precisam se preocupar com a diferença entre tempos verbais, como o presente simples e o presente contínuo, pois aprendem a escolher automaticamente o tempo adequado dependendo do contexto.

 

She works every day.

Ela trabalha todos os dias.

 

She is working right now.

Ela está trabalhando agora.

 

Embora ambos os tempos verbais falem sobre uma ação no presente, o falante nativo de inglês escolhe intuitivamente entre o "presente simples" e o "presente contínuo" sem se preocupar com uma explicação gramatical formal. Ele sabe, por exemplo, que "works" indica uma ação habitual ou regular, enquanto "is working" sugere uma ação que está ocorrendo no momento.

 

2. Uso do Artigo Definido e Indefinido

 

Outra área em que os falantes nativos de inglês constroem significado de maneira intuitiva é o uso de artigos definidos e indefinidos. Não é necessário que um falante nativo tenha consciência das regras que determinam o uso de "a", "an" ou "the", pois esses artigos são adquiridos com o tempo por meio da exposição contínua.

 

I saw a dog in the park.

Eu vi um cachorro no parque.

 

The dog was very friendly.

O cachorro era muito amigável.

 

No primeiro exemplo, o falante nativo de inglês usa "a" porque está se referindo a um cachorro de forma genérica e sem especificar qual cachorro. Já no segundo exemplo, o uso de "the" indica que o falante nativo de inglês está se referindo a um cachorro específico, provavelmente o mesmo cachorro mencionado anteriormente.

 

3. Colocações (Collocations)

 

As colocações, ou collocations, são combinações naturais de palavras que os falantes nativos de inglês aprendem ao longo do tempo, mas que não são sempre previsíveis a partir de uma tradução direta. Por exemplo, em inglês, dizemos "make a decision" (tomar uma decisão) e não "do a decision" (fazer uma decisão), embora ambos os verbos, "make" e "do", possam ser traduzidos como "fazer" em português.

 

I need to make a decision.

Eu preciso tomar uma decisão.

 

She made a mistake.

Ela cometeu um erro.

 

Os falantes nativos de inglês aprendem essas combinações de forma implícita, sem precisar aprender regras sobre quando usar "make" ou "do". Eles simplesmente sabem que certas palavras combinam de maneira mais natural com outras, baseando-se no uso diário e em seu próprio repertório linguístico.

 

Para concluir, a construção do sentido das frases em inglês é, para os falantes nativos, um processo natural e intuitivo que ocorre sem a necessidade de análise consciente das regras gramaticais. A aquisição da língua acontece por meio da exposição constante a um input linguístico e da internalização de padrões linguísticos ao longo do tempo. Os falantes nativos desenvolvem uma intuição linguística que os permite formar frases corretas e naturais de maneira fluida, sem precisar pensar ativamente nas regras que regem a gramática do idioma. Por isso, a aprendizagem do inglês para os falantes nativos de inglês é intuitiva, inconsciente e natural, baseada no contexto e na exposição constante e experiência diária com a língua inglesa.

 

Referências Bibliográficas

 

Krashen, S. D. (1982). Principles and Practice in Second Language Acquisition. Pergamon Press.

 

Stephen Krashen, um dos principais teóricos da aquisição de segunda língua, introduz conceitos importantes como o "input linguístico" e a "hipótese do monitor", que explicam como os indivíduos aprendem uma língua de forma natural.

 

Chomsky, N. (1965). Aspects of the Theory of Syntax. MIT Press.

 

Chomsky é um dos pioneiros na teoria da gramática gerativa. Seu trabalho oferece insights fundamentais sobre a estrutura da língua e como os falantes nativos internalizam as regras linguísticas sem necessidade de um ensino formal.

 

Bley-Vroman, R. (1989). What is the logical problem of foreign language learning?

 

Neste artigo, Bley-Vroman discute a diferença entre a aquisição de uma língua nativa e a aprendizagem de uma segunda língua, explorando como os falantes nativos intuitivamente constroem sentenças corretas sem regras explícitas.

 

Pinker, S. (1994). The Language Instinct. William Morrow.

 

Steven Pinker explora a ideia de que a linguagem é uma habilidade inata e oferece uma visão detalhada sobre como os falantes nativos aprendem a língua sem o conhecimento consciente de regras gramaticais.

 

Ellis, R. (2008). The Study of Second Language Acquisition (2nd ed.). Oxford University Press.

 

Este livro aborda as teorias sobre a aquisição de segunda língua e fornece uma análise das diferenças entre a aprendizagem de uma língua nativa e uma língua adicional, incluindo discussões sobre input, interação e intuição linguística.

 

Tomasello, M. (2003). Constructing a Language: A Usage-Based Theory of Language Acquisition. Harvard University Press.

 

Tomasello propõe uma teoria baseada no uso para explicar como as crianças adquirem a linguagem. Ele argumenta que a construção do significado e das frases é baseada em experiências de uso repetido e na imitação de estruturas comuns.

 

Lardiere, D. (2009). Some thoughts on the contrastive analysis of second language acquisition data and parametric variation. In The Bilingual Mind: And What It Tells Us About Language and Thought (pp. 145-168).

 

Lardiere discute como as diferenças entre as línguas podem afetar a aprendizagem e a construção de significado, com foco na variabilidade paramétrica, que é a maneira como as línguas diferem em estruturas gramaticais.

 

Johnson, K., & Liddicoat, A. J. (2013). Language Learning and Teaching: A Sociocultural Approach. Routledge.

 

Este livro aborda como os falantes de uma língua são socialmente moldados em sua aquisição linguística e como o input cultural e social influencia a maneira como aprendem e constroem o significado de frases.

 

Bates, E., & MacWhinney, B. (1982). Functionalist approaches to language acquisition. In The Crosslinguistic Study of Language Acquisition (pp. 57-158).

 

Bates e MacWhinney defendem uma abordagem funcionalista para a aquisição da linguagem, argumentando que a compreensão da estrutura das frases é motivada pela necessidade de comunicação prática e social, e não por regras gramaticais formais.

 

DeKeyser, R. (2007). Skill acquisition theory. In The Cambridge Handbook of Second Language Acquisition (pp. 497-508). Cambridge University Press.

 

Este capítulo discute como as habilidades linguísticas são adquiridas e automatizadas em aprendizes de segunda língua, abordando a relação entre o conhecimento explícito (como regras gramaticais) e a intuição linguística.

giljonnys
Enviado por giljonnys em 23/03/2025
Reeditado em 23/03/2025
Código do texto: T8292137
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