ÁGUA OU COCA-COLA?

Ninguém ignora a expressão "Beba Coca-Cola", que há décadas vem mantendo-se firme e forte com aquelas letras rebuscadas em vermelho, embora muitos outros refrigerantes tenham surgido desde que a coca-cola foi criada por um farmacêutico para curar dor de barriga. Sem dúvida, a coca-cola tem sido um sucesso, mas o líquido que mais se bebe é sem dúvida a água, esse bem tão precioso. "Beba água" é também uma expressão do dia a dia. Está passando mal? Beba água. Soluço? Beba água. Pegou dengue? Beba bastante água. E por aí vai. Mas a intenção deste texto é analisar a palavra "beba", que deve chamar a atenção dos estudiosos da língua portuguesa. Embora esteja no Imperativo, não é uma ordem, ninguém é obrigado a beber coisa alguma. No caso da Coca-Cola, é bom para os fabricantes que esse refrigerante seja consumido, que é ótimo para matar a sede. "Beba Cola-Cola" traz a ideia de que temos aí a união do útil ao agradável, mata a sede e traz um bem-estar, ainda que passageiro. No caso da água, a expressão "beba água" já é outra coisa. Ninguém vai nunca dizer que a água é um remédio, mas é como se fosse. "Beba" não é um imperativo, nem pedido, nem súplica. É um conselho. conselho esse que convém ser seguido. Água faz bem. Para matar a sede, melhor coisa é água. Coca-cola tem açúcar, você bebe e dali a pouco está sentindo sede de novo.