Herrar é umano
A forma "herrar é umano" aos padrões da norma culta não é correta.
Apesar disso, lendo-se a mensagem, é possível compreender a intenção de quem possa ter escrito: a comunicação foi realizada, entre a emissão e a recepção no universo dos alfabetizados.
Nota-se no trocadilho a sentença pertencente ao ser humano: a de errar, razão a mais para relevar-se a falta de cultura erudita do seu autor, que talvez não possua um histórico socioeconômico favorável a essa aquisição.
Improcedente acusar a "Última flor do Lácio, inculta e bela", Língua discriminadora.
Dinâmica, ela atualiza pelo vernáculo, apenas espera a consolidação da expressão por maioria para inscrevê-la em definitivo como vocábulo não-marginal. Por exemplo, bundas, sinônimo de nádegas, hoje termo social familiar: pronunciá-lo não causa o risco de ter sangrada a boca pela mão corretora aos bons falares.
É bom ressaltar que ao interesse da Linguística, foco do estudioso, importa saber o universo sem-fim dos falares e não o ponto de vista restrito da norma culta da Língua.
Ao estudante cabe conhecer e discernir diferentes níveis de linguagem: a popular, a culta, a regional, etc.; constatar que "o uso do cachimbo faz a boca torta" ou "o hábito faz o monge", para que não se acostume a escrever conforme fale ou a escrever o que não vigore como norma culta de sua Língua, assim “naum”, “vc”, “tb” só em bate-papo por computador, mas na redação de vestibular escrevê-los é "entrar pelo cano".
O diálogo e o deferimento das necessidades são possíveis graças à linguagem que se adapte ao tipo de público, e para isso tanto a erudição quanto a simplicidade têm a mesma relevância.