Bolsonaro é um presidente assertivo, concordam?
Arrisco dizer que "assertividade" é a palavra preferida da turma do RH e de muita gente que gostar de falar "bonito" por aí.
O problema é que essa tal “assertividade”, que tanto se prega em palestras e posts de empresas de gestão de pessoas, tem um significado bem diferente daquele que seus admiradores acreditam. Veja o que o dicionário tem a dizer:
"Significado de Assertividade: (1) Substantivo feminino; característica de assertivo, do que ou de quem afirma algo de maneira categórica, com firmeza; objetividade. (2) Psicologia: característica de quem se expressa com segurança, demonstrando decisão em suas palavras; autoconfiança."
Se você ler dois ou três posts do blog de qualquer empresa, notará imediatamente que há algo incorreto no uso da palavra e de suas variações. É um erro de português muito comum nesse tipo de contexto.
O problema acontece porque as pessoas associam a palavra “assertividade” (com “ss”) com a palavra “acerto” (com “c”). Por essa lógica, ser assertivo é equivalente a tomar decisões certas ou com maiores probabilidades de acerto, correto? Errado!
Convenhamos que a definição da Psicologia até se aproxima dos “mantras” da turma da motivação. Entretanto, como bons oradores ou escritores, devemos evitar palavras capazes de gerar interpretações ambíguas. Assertividade é uma delas.
Se você diz que um líder é assertivo, por exemplo, creio que a maioria das pessoas entenderá que ele é confiável, firme e toma decisões ponderadas. Entretanto, os mais afiados no português podem interpretá-lo como rígido, cabeça dura ou inflexível.
É o caso da provocação que trouxe no título: “Bolsonaro é um presidente assertivo.”
Observe que a afirmação pode agradar tanto apoiadores quanto críticos do presidente, a depender da maneira como a palavra “assertivo” é interpretada. Na dúvida, portanto, não utilize.
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