16.1- A FRASE e o VALOR da PONTUAÇÃO
Sobre o valor da PONTUAÇÃO, há uma história que costuma aparecer em livros escolares.
Aqui está ela:
Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e caneta, e escreveu assim:
“Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do alfaiate nada aos pobres.”
Não teve tempo de pontuar – e morreu.
A quem deixava ele a fortuna que tinha?
Eram quatro os concorrentes.
Chegou o sobrinho e copiou a mensagem, com estas pontuações:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.
A irmã do morto chegou em seguida, com uma cópia diferente. Pontuada a seu modo:
“Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.”
Surgiu o alfaiate, que, pedindo a cópia da mensagem original, fez as seguintes pontuações:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.”
O Juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade. E um deles, tomando outra cópia, pontuou-a assim:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.”
Pelo que o Juíz, olhando para aquelas pessoas ansiosas, disse:
“Em primeiro lugar, pagamos as dívidas. Então, paga-se a conta ao
alfaiate. Em segundo lugar, ajudamos a irmã, que está a precisar de
fazer obras em sua casa. E por último, pomos o que sobra, que ainda
é muito, a render no Banco. Com esse rendimento, atribuímos um
subsídio ao sobrinho, até terminar os seus estudos. E daremos um
contributo anual para a Obra dos Pobres.”
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Historieta retirada de:
LEITURAS I - 1ª edição
de VIRGÍLIO COUTO
Livraria Didáctica, Lisboa; sem data
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(Texto adaptado)
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NOTA:
Embora a edição que possuo não tenha data de publicação, esta só pode ser dos anos ’50 do século passado.
O seu autor foi um grande pedagogo português: VIRGÍLIO COUTO.
Este Professor, Virgílio Couto, era metodólogo, na época em que o poeta Sebastião da Gama era estagiário na Escola Secundária Veiga Beirão, em Lisboa. Sebastião da Gama refere-o com grande apreço e admiração, no Diário que escreveu durante o seu tempo de “estagiário”.
Sobre Virgílio Couto, no entanto, só encontro uma breve referência na Net:
Virgílio Couto foi
“metodólogo na Escola Veiga Beirão, em Lisboa. Desenvolveu, pelo menos durante os anos quarenta e cinquenta do século XX, uma estratégia de formação de professores para o Ensino Técnico, à época, inovadora: para melhor pensar na acção docente e vir a melhorá-la, nada melhor do que escrever sobre ela num documento pessoal, designado por Diário.”
http://dererummundi.blogspot.com/2011/10/dr-virgilio-couto-metodologo.html
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Myriam
Julho de 2021