RISCO DE VIDA
Tantas questões preocupantes para humanidade, tanto a se fazer pela leitura em nosso país, no entanto os fundamentalistas da língua querem mudam a expressão "risco de vida".
É nítida sua função social, a semântica não trai nenhuma compreensão. Ora, "não toque ali, pois correrá risco de vida", "não se meta com a mulher do vizinho, pois é risco de vida na certa". Há uma certa poesia embutida na velha expressão e que o modismo "risco de morte" não alcança.
Por isso lanço o manifesto, não mexam na expressão "risco de vida", não toquem nessa pérola que já se cristalizou, deixem o quase desvio que se tornou um alerta real para tantas gerações.
Como disse em um memorável poema nosso querido Manoel de Barros: "O rio que fazia a volta/atrás de nossa casa/era a imagem de uma cobra de vidro", quando o menino descobriu que aquela volta do rio se chamava enseada, o nome empobreceu a imagem. Deixemos o risco de vida em paz, não iremos empobrecer mais nossos sonhos!