Análise sintática simplificada para o correto uso da vírgula
Apresentação
Professor Corujinha
Não se assuste que não vamos escarafunchar a análise sintática das gramáticas, pois sabemos que a maneira convencional de fazer análise sintática é enfadonha (e inútil); presta-se mais a atender exigências curriculares de vestibulares e concursos públicos mediante artifícios geralmente decorados e pouco entendidos...
O assunto nos interessa, no entanto, de forma simplificada e objetiva, porque, para compreender e fixar a Teoria da Frase, temos de entender os mecanismos de sua articulação: conhecer sua anatomia, aprender a identificar os seus elementos constituintes, reconhecer as funções sintáticas dos termos ou conjunto de termos, verificar a dependência que existe entre as palavras que a formam.
E é só nesse sentido que a análise sintática se torna importante para quem quer ler e escrever bem.
Análise sintática (Racional e Simplificada)
Inicialmente, uma lição extraída do livro Novo Manual de Análise Sintática (Racional e Simplificada), do professor Gladstone Chaves de Melo:
Instrução nº 1
Sonita
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Aplicação prática
Sonita
Vejamos a aplicação prática do roteiro acima para separar as orações deste período de Machado de Assis (Fonte: Yolanda M. Teixeira, Mecânica da Frase):
Referências
- Apresentação
- Análise sintática (Racional e simplificada)
- Instrução nº 1
- Aplicação prática
- Referências
- Personagem-instrutora
- Análise sintática (Racional e simplificada)
- Instrução nº 1
- Aplicação prática
- Referências
- Personagem-instrutora
Frases inspiradoras
Análise (...) é a decomposição de um todo em seus elementos componentes (...) serve para tornar “claras e racionalmente perceptíveis as relações entre os membros da frase” (sua concordância, sua regência, sua colocação); serve, mais, como elemento de verificação da boa construção de uma frase: “a análise lhe revelará o ponto fraco, a estrutura mal urdida”; permite, ainda, racionalizar a pontuação. (...)
(Adriano da G. Kury, Novas Lições de Análise Sintática)
Deve-se ensinar análise como um meio, e não como um fim.
(Evanildo Bechara, Lições de Português pela Análise Sintática)
[Não dá para escrever bem] ... sem sintaxe. Não dá. Nenhuma língua funciona sem sintaxe.
(Celso Luft, A vírgula)
O vício essencial da análise patenteia-se, de modo irresistível, no seguinte círculo de que não há de sair: não é possível analisar um trecho, se não se lhe compreende o sentido, e se ele se compreende, para que serve analisá-lo?
(Silva Ramos, Revista de Filologia)
“Espetava-se o sujeito da oração com o polegar esquerdo, enquanto se procurava o predicado com o indicador da mão direita, para não perder aquele de vista.”
(Agripino Grieco)
Alguém já disse que o próprio Camões seria reprovado nos vestibulares que mandam analisar sintaticamente estrofes dos Lusíadas...
(Madre Olívia)
(Adriano da G. Kury, Novas Lições de Análise Sintática)
Deve-se ensinar análise como um meio, e não como um fim.
(Evanildo Bechara, Lições de Português pela Análise Sintática)
[Não dá para escrever bem] ... sem sintaxe. Não dá. Nenhuma língua funciona sem sintaxe.
(Celso Luft, A vírgula)
O vício essencial da análise patenteia-se, de modo irresistível, no seguinte círculo de que não há de sair: não é possível analisar um trecho, se não se lhe compreende o sentido, e se ele se compreende, para que serve analisá-lo?
(Silva Ramos, Revista de Filologia)
“Espetava-se o sujeito da oração com o polegar esquerdo, enquanto se procurava o predicado com o indicador da mão direita, para não perder aquele de vista.”
(Agripino Grieco)
Alguém já disse que o próprio Camões seria reprovado nos vestibulares que mandam analisar sintaticamente estrofes dos Lusíadas...
(Madre Olívia)
Apresentação
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Não se assuste que não vamos escarafunchar a análise sintática das gramáticas, pois sabemos que a maneira convencional de fazer análise sintática é enfadonha (e inútil); presta-se mais a atender exigências curriculares de vestibulares e concursos públicos mediante artifícios geralmente decorados e pouco entendidos...
O assunto nos interessa, no entanto, de forma simplificada e objetiva, porque, para compreender e fixar a Teoria da Frase, temos de entender os mecanismos de sua articulação: conhecer sua anatomia, aprender a identificar os seus elementos constituintes, reconhecer as funções sintáticas dos termos ou conjunto de termos, verificar a dependência que existe entre as palavras que a formam.
E é só nesse sentido que a análise sintática se torna importante para quem quer ler e escrever bem.
Análise sintática (Racional e Simplificada)
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Inicialmente, uma lição extraída do livro Novo Manual de Análise Sintática (Racional e Simplificada), do professor Gladstone Chaves de Melo:
A Análise Sintática tem inúmeros inconvenientes quando feita na sua forma convencional, na qual adota uma nomenclatura rebuscada e desnecessária, desce a minúcias enfadonhas e se utiliza de inúmeros artifícios sem fundamento científico.
Tal sistemática conduz à decoreba e à adivinhação, confunde os meios com os objetivos, tornando a análise um despropositado fim em si mesma.
Sob esse aspecto, ela é praticada somente para atender à exigência curricular de vestibulares e concursos públicos, sendo perfeitamente desnecessária para aprimorar desempenho linguístico
Se, porém, tivermos clareza de que para ler e escrever bem é necessário entender e fixar a teoria da frase, veremos a análise sintática como um adequado meio de ensino para conhecer a anatomia da oração, desentranhar os sintagmas, identificar seus elementos constituintes, reconhecer as funções sintáticas dos termos ou conjunto de termos.
Para essa finalidade – a de ser um processo de ensino –o método racional e simplificado, proposto pelo Professor Gladstone Chaves de Melo, em seu Manual de Análise Sintática, é a melhor maneira de se aprender e praticar análise sintática.
Assim, a Análise Sintática:
Tal sistemática conduz à decoreba e à adivinhação, confunde os meios com os objetivos, tornando a análise um despropositado fim em si mesma.
Sob esse aspecto, ela é praticada somente para atender à exigência curricular de vestibulares e concursos públicos, sendo perfeitamente desnecessária para aprimorar desempenho linguístico
Se, porém, tivermos clareza de que para ler e escrever bem é necessário entender e fixar a teoria da frase, veremos a análise sintática como um adequado meio de ensino para conhecer a anatomia da oração, desentranhar os sintagmas, identificar seus elementos constituintes, reconhecer as funções sintáticas dos termos ou conjunto de termos.
Para essa finalidade – a de ser um processo de ensino –o método racional e simplificado, proposto pelo Professor Gladstone Chaves de Melo, em seu Manual de Análise Sintática, é a melhor maneira de se aprender e praticar análise sintática.
Assim, a Análise Sintática:
♦ auxilia na compreensão e percepção das relações existentes entre os membros da frase;
♦ ajuda na leitura e interpretação de textos;
♦ ajuda a reconhecer palavras/expressões sem função na oração;
♦ facilita a redação e a verificação das próprias frases, afastando as ilógicas e as mal construídas;
♦ previne armadilhas gramaticais como a má pontuação, a crase inadequada, a incorreta concordância, a regência imprópria, a imperfeita ordenação dos termos no período;
♦ evidencia as relações de coordenação e subordinação na demonstração do pensamento;
♦ mostra as relações de afinidade e dependência que as palavras e as orações assumem na frase;
♦ permite a análise mental dos períodos, à medida que se escreve, e a correção antecipada de erros de português/concordância que ocorrem quando se distanciam os termos da oração (sujeito/verbo/predicado.)
♦ habitua o estudante à terminologia de sintaxe da NGB.
♦ ajuda na leitura e interpretação de textos;
♦ ajuda a reconhecer palavras/expressões sem função na oração;
♦ facilita a redação e a verificação das próprias frases, afastando as ilógicas e as mal construídas;
♦ previne armadilhas gramaticais como a má pontuação, a crase inadequada, a incorreta concordância, a regência imprópria, a imperfeita ordenação dos termos no período;
♦ evidencia as relações de coordenação e subordinação na demonstração do pensamento;
♦ mostra as relações de afinidade e dependência que as palavras e as orações assumem na frase;
♦ permite a análise mental dos períodos, à medida que se escreve, e a correção antecipada de erros de português/concordância que ocorrem quando se distanciam os termos da oração (sujeito/verbo/predicado.)
♦ habitua o estudante à terminologia de sintaxe da NGB.
Instrução nº 1
Pois bem, vamos em frente, inspirados nas lições de sintaxe de Gladstone Chaves de Melo, Evanildo Bechara, Adriano da G. Kury, Walmírio Macedo, entre outros (v. bibliografia), e na exposição didática da prof. Sonita [1]
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Como se sabe, a frase sintaticamente organizada, aquela que tem estrutura oracional (= possui os dois termos fundamentais — sujeito e predicado — ligados sintaticamente), denomina-se período. O objeto da análise sintática é sempre o período, por ser ele autossuficiente. É dizer: ser ordenado gramaticalmente e comunicar com sentido alguma coisa.
Posto isso, iniciamos a análise sintática localizando o verbo, pois aí teremos identificado a alma da oração e decifraremos a frase. Veja os passos no quadro-resumo seguinte:
Posto isso, iniciamos a análise sintática localizando o verbo, pois aí teremos identificado a alma da oração e decifraremos a frase. Veja os passos no quadro-resumo seguinte:
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Aplicação prática
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Vejamos a aplicação prática do roteiro acima para separar as orações deste período de Machado de Assis (Fonte: Yolanda M. Teixeira, Mecânica da Frase):
“Fui aos alforjes, tirei um colete velho, em cujo bolso trazia as cinco moedas de ouro, e durante esse tempo cogitei se não era excessiva a gratificação, se não bastavam duas moedas.”
![](/usuarios/134033/fotos/1351472.png)
Referências
- Noções Básicas de Análise - João Luiz Ney – DASP, 1964
- Nova Análise Sintática - Antônio de Abreu Rocha – Vigília, BH, 1a. edição, 1962
- Novas Lições de Análise Sintática - Adriano da Gama Kury – Ed. Ática, RJ, 9a. edição
- Novo Manual de Análise Sintática (Racional e Simplificada)- Gladstone Chaves de Melo – Acadêmica, RJ, 2ª ed., 1959
- Prática de Análise Sintática - Hamilton Elia – J. Ozon Editor, RJ, 5ª. Edição, 1961
- Aprenda Análise Sintática - Márcia Angélica dos Santos – Ed. Saraiva, SP, 6ª edição, 1999
- Lições de Português pela Análise Sintática - Evanildo Bechara – Ed. Lucerna, RJ, 16ª edição, 2000
- Análise Sintática em Nova Dimensão (Análise Sintática Estrutural). Walmírio Macedo – Dep.Graf. MAFC, RJ, 3ª edição, 1976
- Nova Análise Sintática - Antônio de Abreu Rocha – Vigília, BH, 1a. edição, 1962
- Novas Lições de Análise Sintática - Adriano da Gama Kury – Ed. Ática, RJ, 9a. edição
- Novo Manual de Análise Sintática (Racional e Simplificada)- Gladstone Chaves de Melo – Acadêmica, RJ, 2ª ed., 1959
- Prática de Análise Sintática - Hamilton Elia – J. Ozon Editor, RJ, 5ª. Edição, 1961
- Aprenda Análise Sintática - Márcia Angélica dos Santos – Ed. Saraiva, SP, 6ª edição, 1999
- Lições de Português pela Análise Sintática - Evanildo Bechara – Ed. Lucerna, RJ, 16ª edição, 2000
- Análise Sintática em Nova Dimensão (Análise Sintática Estrutural). Walmírio Macedo – Dep.Graf. MAFC, RJ, 3ª edição, 1976
A personagem-instrutora — Professora Sonita — foi inspirada em minhas professoras de português: Maria Rita Lisboa Pereira Santoro (Dona Maria Rita) e Sônia Maria Gorgulho (Soninha).