Coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2: quais são as diferenças e como usar os termos corretamente?
Embora sejam frequentemente tratados como sinônimos, os termos Coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2 são diferentes e devem ser utilizados de acordo com o contexto. De maneira sucinta, podemos dizer que os coronavírus são uma família de vírus, SARS-CoV-2 é o nome técnico associado ao novo coronavírus e COVID-19 é a doença provocada por ele.
Alguns artigos e vídeos sobre o assunto já foram publicados em grandes portais de notícias, mas continuo vendo muito equívocos no emprego dessas palavras, inclusive aqui no Recanto.
Não estou publicando este artigo para julgar os produtores de conteúdo. Pelo contrário, acho que esses erros são naturais, afinal estamos passando por uma situação inédita e muitas pessoas ― principalmente jornalistas e redatores ― ainda estão tentando se entender com os conceitos da biologia e da medicina.
Para acabar de vez com as dúvidas, basta ficar atento à tradução das palavras (pois os termos têm origem estrangeira), seu significado e seu contexto. Vamos analisar isso em destalhes.
Quais são as diferenças entre Coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2?
Coronavírus: em rigor, o termo coronavírus (CoVs) refere-se a uma família de vírus ligada a diversas doenças, desde resfriados comuns a graves síndromes respiratórias como a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome ou Sindrome Respiratória Aguda Grave), a MERS (Middle East Respiratory Syndrome ou Síndrome Respiratória do Oriente Médio) e a mais recente: a COVID-19.
COVID-19: o termo é uma abreviação de Coronavirus Desease 2019 ou Doença do Coronavírus de 2019. Embora o vírus tenha sido identificado em 2020, os primeiros casos da doença foram confirmados no fim de 2019.
SARS-CoV-2: é o “termo técnico” do novo coronavírus que surge a partir da abreviação de Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 ou Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2. Esse vírus é uma cepa de outro vírus, o SARS-CoV, o que significa que ele é uma mutação (ou variação) com características morfológicas e fisiológicas semelhantes às do seu ancestral.
nCoV-2019: há também uma abreviação específica para “novo coronavírus”, a nCov-2019. Este formato foi muito utilizado nas primeiras notícias e publicações científicas divulgadas sobre o assunto, mas perdeu força nos últimos meses.
Devemos usar ‘a’ ou ‘o’ COVID-19?
Os erros que mais tenho observado nos títulos e artigos publicados nos últimos meses estão relacionados ao uso do termo COVID-19. Para usar a abreviação da forma correta precisamos ficar atentos à concordância e ao contexto. Confira a seguinte frase:
“O Brasil tem mais de 70 mil pessoas infectadas pelo COVID-19.”
Nesse caso, temos dois erros:
Concordância: como COVID-19 significa Doença do Coronavírus 2019, não podemos tratar a abreviação como uma palavra masculina. Nesse caso, o correto seria “… pela COVID-19.”.
Emprego do termo: COVID-19 não é o vírus, é a doença provocada por ele. Ninguém é infectado pela COVID-19, mas sim pelo novo coronavírus (ou SARS-CoV-2). A relação entre os dois é a mesma entre AIDS e HIV: a AIDS é a doença provocada pelo vírus HIV.
Veja outros exemplos nos quais o uso de COVID-19 está adequado:
* O Brasil tem mais de 70 mil pessoas com COVID-19.
* O que a sua empresa pode fazer durante a pandemia de COVID-19.
* EUA relatam ‘boas notícias’ contra a COVID-19.
* As vítimas ocultas da COVID-19.
Devemos usar sempre ‘novo coronavírus’?
Bem, nesse caso tudo depende do contexto. Se o título ou passagens anteriores do seu texto já citam ‘novo coronavírus’, ‘SARS-CoV-2’ ou ‘COVID-19’, não há necessidade de citar ‘novo’, pois a informação já estará subentendida.
Outro fator que você deve levar em consideração é o perfil do conteúdo que está produzindo. Conteúdos de caráter noticioso ― cujo objetivo é apenas apresentar uma informação pontual ―, não necessitam de tanto rigor no uso do termo. Como as mídias e a atenção do público estão voltadas para a COVID-19, a palavra ‘coronavírus’ naturalmente será atrelada a atual pandemia.
Por outro lado, publicações científicas, artigos especializados ou conteúdos em geral produzidos com o objetivo se manterem relevantes por muito tempo, devem empregar os termos da maneira mais assertiva (categórica) possível para evitar interpretações incorretas. Lembre-se que existem vários tipos de coronavírus e, naturalmente, outros surgirão.
Enfim, é isso. Espero que os esclarecimentos sejam úteis nas suas futuras leituras e produções.
Embora sejam frequentemente tratados como sinônimos, os termos Coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2 são diferentes e devem ser utilizados de acordo com o contexto. De maneira sucinta, podemos dizer que os coronavírus são uma família de vírus, SARS-CoV-2 é o nome técnico associado ao novo coronavírus e COVID-19 é a doença provocada por ele.
Alguns artigos e vídeos sobre o assunto já foram publicados em grandes portais de notícias, mas continuo vendo muito equívocos no emprego dessas palavras, inclusive aqui no Recanto.
Não estou publicando este artigo para julgar os produtores de conteúdo. Pelo contrário, acho que esses erros são naturais, afinal estamos passando por uma situação inédita e muitas pessoas ― principalmente jornalistas e redatores ― ainda estão tentando se entender com os conceitos da biologia e da medicina.
Para acabar de vez com as dúvidas, basta ficar atento à tradução das palavras (pois os termos têm origem estrangeira), seu significado e seu contexto. Vamos analisar isso em destalhes.
Quais são as diferenças entre Coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2?
Coronavírus: em rigor, o termo coronavírus (CoVs) refere-se a uma família de vírus ligada a diversas doenças, desde resfriados comuns a graves síndromes respiratórias como a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome ou Sindrome Respiratória Aguda Grave), a MERS (Middle East Respiratory Syndrome ou Síndrome Respiratória do Oriente Médio) e a mais recente: a COVID-19.
COVID-19: o termo é uma abreviação de Coronavirus Desease 2019 ou Doença do Coronavírus de 2019. Embora o vírus tenha sido identificado em 2020, os primeiros casos da doença foram confirmados no fim de 2019.
SARS-CoV-2: é o “termo técnico” do novo coronavírus que surge a partir da abreviação de Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 ou Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2. Esse vírus é uma cepa de outro vírus, o SARS-CoV, o que significa que ele é uma mutação (ou variação) com características morfológicas e fisiológicas semelhantes às do seu ancestral.
nCoV-2019: há também uma abreviação específica para “novo coronavírus”, a nCov-2019. Este formato foi muito utilizado nas primeiras notícias e publicações científicas divulgadas sobre o assunto, mas perdeu força nos últimos meses.
Devemos usar ‘a’ ou ‘o’ COVID-19?
Os erros que mais tenho observado nos títulos e artigos publicados nos últimos meses estão relacionados ao uso do termo COVID-19. Para usar a abreviação da forma correta precisamos ficar atentos à concordância e ao contexto. Confira a seguinte frase:
“O Brasil tem mais de 70 mil pessoas infectadas pelo COVID-19.”
Nesse caso, temos dois erros:
Concordância: como COVID-19 significa Doença do Coronavírus 2019, não podemos tratar a abreviação como uma palavra masculina. Nesse caso, o correto seria “… pela COVID-19.”.
Emprego do termo: COVID-19 não é o vírus, é a doença provocada por ele. Ninguém é infectado pela COVID-19, mas sim pelo novo coronavírus (ou SARS-CoV-2). A relação entre os dois é a mesma entre AIDS e HIV: a AIDS é a doença provocada pelo vírus HIV.
Veja outros exemplos nos quais o uso de COVID-19 está adequado:
* O Brasil tem mais de 70 mil pessoas com COVID-19.
* O que a sua empresa pode fazer durante a pandemia de COVID-19.
* EUA relatam ‘boas notícias’ contra a COVID-19.
* As vítimas ocultas da COVID-19.
Devemos usar sempre ‘novo coronavírus’?
Bem, nesse caso tudo depende do contexto. Se o título ou passagens anteriores do seu texto já citam ‘novo coronavírus’, ‘SARS-CoV-2’ ou ‘COVID-19’, não há necessidade de citar ‘novo’, pois a informação já estará subentendida.
Outro fator que você deve levar em consideração é o perfil do conteúdo que está produzindo. Conteúdos de caráter noticioso ― cujo objetivo é apenas apresentar uma informação pontual ―, não necessitam de tanto rigor no uso do termo. Como as mídias e a atenção do público estão voltadas para a COVID-19, a palavra ‘coronavírus’ naturalmente será atrelada a atual pandemia.
Por outro lado, publicações científicas, artigos especializados ou conteúdos em geral produzidos com o objetivo se manterem relevantes por muito tempo, devem empregar os termos da maneira mais assertiva (categórica) possível para evitar interpretações incorretas. Lembre-se que existem vários tipos de coronavírus e, naturalmente, outros surgirão.
Enfim, é isso. Espero que os esclarecimentos sejam úteis nas suas futuras leituras e produções.