APRENDENDO PORTUGUÊS
APRENDENDO PORTUGUÊS
Se “veres” o Luís…
Um jovem muito bem letrado, à semelhança do recantista Littera Lu e outros, sugeriu-me que falasse sobre o futuro imperfeito do conjuntivo de alguns verbos irregulares. Para delimitar a abordagem, optei pelo verbo “ver”. Viva! É mesmo isso!
Levando em consideração a sugestão do jovem, lembrei-me de uma daquelas frases muito usadas no dia-a-dia. Ei-la: Se “veres” o Luís, entrega-lhe o dinheiro.
Na frase acima, o verbo “ver” encontra-se antecedido da conjunção subordinativa condicional “se”, o que leva a sua conjugação para o tempo futuro imperfeito do modo conjuntivo. Porém, sendo irregular, o mesmo (verbo ver) não deve manter a forma do infinitivo (“veres”).
O emprego do infinitivo “veres” torna a frase incorrecta, dado que não há uma coesão modo-temporal entre o verbo “ver” e a conjunção “se”, que, como disse, obriga a conjugação do verbo “ver” no futuro imperfeito do conjuntivo.
Desta feita, a frase deve ser corrigida da seguinte forma: Se “vires” o Luís, entrega-lhe o dinheiro.
Todavia, o erro “se veres…” já é muito comum. Para mim, há que constar, um dia, dos aspectos morfossintácticos da Variante Angolana do Português (VAP).