Bom dia ou bom-dia... E agora?

O dicionário Houaiss da língua portuguesa registra as formas bom-dia, boa-noite e boa-tarde (com hífen) como cumprimentos para saudar alguém de manhã, à tarde e à noite. São classificadas como substantivo masculino e as formas no plural são respectivamente “bons-dias, boas-tardes e boas-noites”. Mas, será que isso encerra a questão? Acompanhem comigo o seguinte diálogo.

_ Bom dia, queridos alunos!

_ Bom dia, professor _ responderam alguns alunos de modo desanimado.

_ Ah, mas que bom-dia fraco é esse? Vamos, eu quero um bom-dia bem forte.

_ Bom dia, professor! _ Responderam os alunos, agora de forma ruidosa.

_ Agora gostei.

Complicou? Calma que a gente descomplica.

Nas frases 1, 2 e 4, o cumprimento usual é uma saudação na prática, por isso dispensa o uso do hífen, pois o desejo expresso é que a pessoa tenha um dia literalmente bom. Já na frase 3, o professor apenas faz menção à forma de cumprimento, recuperando a característica de substantivo masculino.

Geralmente essas expressões substantivadas são formadas com a ajuda de um artigo. Ex.: Ela nunca me deu um(artigo) bom-dia, um boa-tarde ou um boa-noite. Todavia, como vimos na mesma frase 3, o bom-dia, boa-noite ou boa-tarde substantivo masculino, pode não vir acompanhado do artigo.

O principal aqui é que você compreenda e grave que, ao escrever uma carta, e-mail etc. e desejar que a pessoa tenha um dia, uma tarde ou uma noite literalmente boa, o emprego do hífen é desnecessário, ficando assim dispensado seu uso. Quando, entretanto, o cumprimento aparece como uma menção, ou seja, um substantivo masculino, o hífen é obrigatório.

Sendo assim, desejo a todos uma boa tarde e uma boa noite!

Texto inspirado numa mensagem enviada a uma amiga onde empreguei o hífen de maneira equivocada. Com isso faço justiça a ela rsrs. Nota do autor.