Toda hora é tá, tô, tamos, tava, tão

TODA HORA É TÁ, TÔ, TAMOS, TAVA, TÃO

Miguel Carqueija

Gente, o que é isso?

A televisão, que como meio de comunicação deveria ensinar o povo está é deseducando cada vez mais.

Agora, parece que as pessoas que falam na tv — desde repórteres e apresentadores até políticos e quaisquer entrevistados — desaprenderam o verbo “estar” e só o dizem abreviado. Claro que o problema é muito mais amplo: desde o internetês que abrevia “porque” para “pq” e “que” para “q” (não só em mensagens particulares mas em matérias públicas) aos estrangeirismos e linguajar chulo. O relaxamento é cada vez maior.

Mas hoje eu quero ficar nessa história de “tá” e companhia. Não serei hipócrita de dizer que nunca utilizo esse modo abreviado, isso acontece até inadvertidamente, na pressa de falar; mas procuro me policiar para não cair nesse comodismo de linguagem.

Afinal de contas não se conjuga tal verbo:

Eu tô (ou tou), tu tá (ou tás), ele tá; nós tamos, vós tais (?), eles tão.

Será essa idiossincrasia tão feia simples preguiça de falar uma sílaba a mais?

Nisso tudo sempre me vem à lembrança a Academia Brasileira de Letras. Afinal onde está (sic) essa instituição que não se manifesta para defender o nosso idioma? Ou devo perguntar onde “tá” a ABL?

Rio de Janeiro, 13 de março de 2018.