FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM - Questões do Enem

5 temas de português que deixam concurseiros de cabelo em pé

http://www.blogconcurseiradedicada.com/2013/07/5-temas-de-portugues-que-deixam.html

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LIÇÃO II (25/03/2011) - A ortografia oficial da língua portuguesa na política linguística do século XX ..................................17

file:///C:/Users/JOSE/Downloads/manual-de-ortografia-da-lingua-portuguesa%20(1).pdf

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http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/nocoes-gramaticais/pronomes-de-tratamento/

Pronomes de tratamento

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Figuras de linguagem, figuras de estilo ou figuras de retórica são estratégias que o orador (ou escritor) pode aplicar ao texto para conseguir um determinado efeito na interpretação do ouvinte (ou leitor). Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Figura_de_linguagem

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Figuras de Linguagem - Aula 01 [Prof Noslen]

https://www.youtube.com/watch?v=n0e75nRstcU

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Questões do Enem sobre figuras de linguagem

Questão do Enem sobre uma figura de linguagem: metáfora

Resposta: A) metaforização do sentido literal do verbo “beber”.

Questão do Enem que aborda conhecimentos sobre figuras de linguagem, como ironia, homonímia, personificação, antonímia

Resposta: A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.

Questão do Enem com um poema de Ferreira Gullar sobre a figura de linguagem sinestesia

Resposta: A) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.”

questão do Enem com um trecho de Graciliano Ramos, autor que utiliza muitas figuras de linguagem

Resposta: E) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional

Questão interdisciplinar que aborda conhecimentos de de Filosofia e Português

Resposta: C) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.

questão sobre pontuação, mas que aborda a figura da comparação

Resposta: D) introduzir um argumento esclarecedor.

Não se preocupe em decorar os nomes de todas as figuras de linguagem. O mais importante é saber que elas existem e quais são os seus efeitos, para realizar uma boa interpretação de texto.

Para reforçar os tipos mais importantes e praticar com exercícios, veja a aula completa no Geekie Games.

Karina Lopes

Tem o sonho de contribuir para uma educação igualitária no Brasil. É formada em Comunicação Social pela USP e editora do blog.

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Figuras de linguagem

Por Daniele Fernanda Feliz Moreira

Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)

Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)

Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)

As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particularidades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.

Para dominarmos o uso das figuras de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo sintetizado, os conceitos de denotação e conotação.

Denotação

Ocorre denotação quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.

Já é a quinta vez que perco as chaves do meu armário

Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei.

Conotação

Ocorre a conotação quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original.

A chave da questão é você ser feliz independente do momento

Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor.

Podemos perceber que as palavras chave e azeda ganham novos sentidos além dos quais encontramos nos dicionários. O sentido das palavras está de acordo com a ideia que o emissor quis transmitir. Sendo assim, a conotação é um recurso que consiste em atribuir novos significados ao sentido denotativo da palavra.

Figuras de som ou sonoras

As figuras de som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para reproduzir os sons presentes nos seres. São as seguintes: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.

Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.

“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito”. (Guimarães Rosa)

Assonância: consiste na repetição ordenada de mesmos sons vocálicos.

“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa)

Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.

“Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato Teixeira)

Onomatopeia: consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura que procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.

Chega de blá-blá-blá-blá!

É importante destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Em um mesmo texto podemos encontrar aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.

Figuras de construção ou sintaxe

As figuras de construção ou figuras de sintaxe são desvios que são evidenciados na construção normal do período. Elas ocorrem na concordância, na ordem e na construção dos termos da oração. São as seguintes: elipse, zeugma, pleonasmo, assíndeto, polissíndeto, anacoluto, hipérbato, hipálage, anáfora e silepse.

Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.

Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia)

Zeugma: ocorre quando se omite um termo que já apareceu antes. Ou seja, consiste na elipse de um termo que antes fora mencionado.

Nem ele entende a nós, nem nós a ele. (omissão do termo entendemos)

Pleonasmo: é uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.

“E rir meu riso e derramar meu pranto....” (Vinicius de Moraes)

Assíndeto: é a supressão de um conectivo entre elementos coordenados

“Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.” (Cecília Meireles)

Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.

Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.

“...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector)

Anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

“Eu, que me chamava de amor e minha esperança de amor.”

“Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.” (Camilo Castelo Branco)

Os termos destacados não se ligam sintaticamente à oração. Embora esclareçam a frase, não cumprem nenhuma função sintática nos exemplos.

Hipérbato ou Inversão: consiste no deslocamento dos termos da oração ou das orações no período. Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase.

São como cristais suas lágrimas.

Batia acelerado meu coração.

Na ordem direta, as frases dos exemplos expostos seriam:

Suas lágrimas são como cristais.

Meu coração batia acelerado.

Hipálage: ocorre quando se atribui a uma palavra uma característica que pertence a outra da mesma frase:

Esse sapato não entra no meu pé! (= Eu não entro nesse sapato!)

Essa blusa não cabe em mim. (= Eu não caibo mais nessa blusa.)

Anáfora: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de várias orações, períodos ou versos.

“Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.” (Olavo Bilac)

Silepse: ocorre quando a concordância se faz com a ideia subentendida, com o que está implícito e não com os termos expressos. A silepse pode ser:

De gênero:

Vossa excelência é pouco conhecido. (concorda com a pessoa representada pelo pronome)

De número:

Corria gente de todos os lados, e gritavam. (gente dá ideia de plural, gritavam concorda com “gente”)

De pessoa

Os brasileiros somos bastante otimistas. (brasileiros dá ideia de nós (1º p. do plural) somos, 1º p. do plural “concorda” com “somos”)

Figuras de palavras ou semânticas

Consistem no emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num sentido conotativo. São as seguintes: comparação, metáfora, catacrese, metonímia, antonomásia, sinestesia, antítese, eufemismo, gradação, hipérbole, prosopopeia, paradoxo, perífrase, apóstrofe e ironia.

Comparação ou símile: ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por nexos comparativos explícitos, como tal qual, assim como, que nem e etc. A principal diferenciação entre a comparação e a metáfora é a presença dos nexos comparativos.

“E flutuou no ar como se fosse um príncipe.” (Chico Buarque)

Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na metáfora ocorre uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

“Meu pensamento é um rio subterrâneo”. (Fernando Pessoa)

Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por empréstimo.

Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida.

O pé da mesa estava quebrado.

Não sente no braço do sofá.

Metonímia: assim como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser utilizada com outro sentido. Ou seja, é o emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum relacionamento. A metonímia ocorre quando se emprega:

A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento)

O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (= veneno)

O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio = repórteres).

Antonomásia: É a figura que designa uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória.

A cidade eterna (em vez de Roma)

Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais.

Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)

Antítese: é o emprego de palavras ou expressões de significados opostos.

Os jardins têm vida e morte.

Eufemismo: consiste em atenuar um pensamento desagradável ou chocante.

Ele sempre faltava com a verdade (= mentia)

Gradação ou clímax: é uma sequência de palavras que intensificam uma ideia.

Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda e mata,/ mas com gente é diferente.

Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.

Estou morrendo de sede!

Não vejo você há séculos!

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados características próprias dos seres humanos.

O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Paradoxo: consiste no uso de palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas, no contexto se completam, reforçam uma ideia e/ou expressão.

Estou cego, mas agora consigo ver.

Perífrase: é uma expressão que designa um ser por meio de alguma de suas características ou atributos.

O ouro negro foi o grande assunto do século. (= petróleo)

Apóstrofe: é a interpelação enfática de pessoas ou seres personificados.

“Senhor Deus dos desgraçados!/ Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)

Ironia: é o recurso linguístico que consiste em afirmar o contrário do que se pensa.

Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.

Referências bibliográficas:

TERRA, Ernani. Minigramática.São Paulo: Scipione, 2007.

ALMEIDA, Nílson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos. São Paulo: Saraiva, 2009.

https://www.infoescola.com/portugues/figuras-de-linguagem/

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Vícios de Linguagem

Qualquer desvio das normas gramaticais pode ser considerado um vício de linguagem.

Barbarismo

(Foto: © iStock.com / spinka)

(Foto: © iStock.com / spinka)

É o desvio relativo à palavra. É quando grafamos ou pronunciamos uma palavra que não está de acordo com a norma culta. Pode ser:

Pronúncia

- Pograma (o certo seria programa)

- Rúbrica (o certo seria rubrica)

Grafia

- Etmologia (o certo seria etimologia)

- Advinhar (o certo seria adivinhar)

- Seguimentos (o certo seria segmentos)

- Maizena (o certo seria maisena)

Morfologia

- Quando eu pôr o vestido (o certo seria puser)

Semântica

- Assim que chegaram à metrópole, absolveram a poluição (o certo seria absorveram)

Estrangeirismos

- Show, menu, know-how, hall.

Solecismo

É o desvio em relação à sintaxe. Pode ser:

De concordância

- Haviam pessoas. (o certo seria havia)

- Fazem dois meses. (o certo seria faz)

- Faltou muitos alunos. (o certo seria faltaram)

De regência

- Obedeça o chefe. (o certo seria ao chefe)

- Assisti o filme. (o certo seria ao filme)

De colocação

- Tinha ausentado-me.

- Não espere-me.

Cacófato

É o som desagradável, obsceno.

Hilca ganhou.

Vou-me já.

Ele marca gol.

Boca dela.

Eco

Repetição desagradável de terminações iguais.

Vicente já não sente dores de dente tão freqüentemente como antigamente quando estava no Oriente.

OBS: O eco na prosa é considerado um vício, um defeito. Já na poesia é o fundamento da rima.

Colisão

Aproximação de sons consonantais idênticos ou semelhantes.

Sua saia saiu suja da máquina.

Hiato

Aproximação de vogais idênticas

Traga a água.

Trago o ovo.

AMBIGUIDADE

É o duplo sentido.

O cachorro do seu irmão avançou sobre o amigo.

Preciosismo

Exagero da linguagem.

Na pretérita centúria, meu progenitor presenciou o acasalamento do astro-rei com a rainha da noite.

(ou seja: No século passado, meu avô presenciou um eclipse solar.)

Arcaísmos

Uso de expressões que caíram em desuso.

Gerundismo

Utilização desnecessária do gerúndio.

Plebeísmo

Qualquer desvio que caracteriza a falta de instrução. As gírias são um bom exemplo de plebeísmo.

Pleonasmo

Repetição desnecessária de uma expressão.

Criar novos...

Hemorragia de sangue

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Panorama geral

Antecipar para antes

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https://www.infoescola.com/portugues/vicios-de-linguagem/
Enviado por J B Pereira em 30/01/2018
Reeditado em 30/01/2018
Código do texto: T6240830
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