Organizando a pesquisa escolar – lição para crianças

Quando este que lhes escreve estudava no antigo ginásio, as pesquisas eram feitas na biblioteca e geralmente reproduzíamos partes de livro que tratavam do objeto de estudo recomendado pelo professor. Ao final, escrevíamos o nome do livro e do autor, com alguns acréscimos de informações como a editora e o ano de publicação.

Hoje, além das bibliotecas, vocês têm a fantástica internet e os sites instrutivos. Como veem, se vocês simplesmente reproduzirem algo escrito em uma página virtual, o professor descobre facilmente. No meu tempo, também era assim – só que a descoberta era mais complicada. E muitas vezes o professor queria de nós apenas que reproduzíssemos mesmo as informações de determinado livro ou enciclopédia.

Queria eu, entretanto, avançar um pouco nessa discussão. Acho que, desde o ensino fundamental II, vocês devem se preocupar em produzir um texto de pesquisa o mais original possível. E como poderiam fazê-lo?

Sempre defendi que o texto final da pesquisa escolar não pode ser muito longo. Imaginemos algo em torno de uma página e meia, com espaço duplo e fonte doze. Uma tarefa assim pode e precisa ir além de uma simples cópia. Concordam?

Aconselho que vocês, então, leiam o assunto objeto da pesquisa, em algumas fontes diferentes – digamos umas três ou quatro. À medida que leem, vocês vão assinalando os pontos principais. Leiam e reflitam sobre o tema. Repitam essa operação em todas as fontes lidas.

Feito isso, o entendimento do assunto e o próprio vocabulário vão ampliar-se, deixando-os em melhores condições de produzirem um texto original, diferente do que todos os seus colegas fizeram.

Lembram-se de que sugeri que assinalassem o mais importante? Pois é... Vocês irão tentando escrever com suas palavras e, quando elas faltarem, lancem mão do que foi assinalado, incorporando a informação ao que vinham dizendo. Vocês copiem da forma como está registrado nos autores. Mas é importante que sejam honestos, que deem os créditos às fontes.

Se reproduziram algo do autor Carlos Ramos, cite-o assim: Segundo Ramos (2000, p. 14) – entre parênteses registramos o ano da publicação da obra e a página. E coloquem entre aspas as palavras de Ramos.

Se precisarem de outros autores, continuem citando. Para variar, escrevam, por exemplo, “conforme se lê em Sousa, segundo escreve Dias, nas palavras de Silva, etc.”. Isso são apenas sugestões de redação.

E se houver muitas citações no trabalho? Faz mal não: o importante é que venham entre aspas, que o autor seja referido (como sugeri antes) e que a pesquisa traga um pouco da marca pessoal do aluno pesquisador.

Ao final do trabalho, registrem os autores que os ajudaram na conclusão de seu texto. Vejam um exemplo de citação bibliográfica de livro – livro fictício, ok?

RAMOS, Lúcio. O corpo humano. 2. ed. São Paulo: Autores, 2000. Após o título escrevemos a edição, o local, a editora e o ano de publicação. O título deve vir destacado em itálico ou negrito. Se o texto for manuscrito, usem o grifo.

E se o material tivesse sido colhido na internet? Vocês citariam o autor e o título do artigo, por exemplo. Depois, indicariam o site e a data em que acessaram. Vejam um exemplo, de novo todo ele fictício:

RAMOS, Lúcio. O sistema digestório. Disponível em: <www.ciencias.com.br>. Acesso em: 5 out. 2017.

Tudo isso é muito rudimentar. Mas é do simples que se começa.Tentem aplicar minhas breves sugestões na próxima pesquisa e peçam a seus mestres trabalhos pequenos...