LÍNGUA PORTUGUESA - PARTE XIV UM ESTUDO SOBRE A GRAMÁTICA
Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos semelhantes de uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número. As conjunções classificam-se em conjunções coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas, integrantes, adverbiais causais, adverbiais concessivas, adverbiais condicionais, adverbiais conformativas, adverbiais finais, adverbiais proporcionais, adverbiais temporais, adverbiais comparativas e adverbiais consecutivas.
As principais conjunções, então, podem ser assim descritas:
conjunções coordenativas aditivas: e, nem, também, bem como, não só,... mas também; conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante; conjunções coordenativas alternativas: ou, ou...ou, já…já, ora...ora, quer...quer, seja...seja; conjunções coordenativas conclusivas: logo, pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte; conjunções coordenativas explicativas: que, porque, porquanto, pois, isto é; conjunções subordinativas integrantes: que, se; conjunções subordinativas adverbiais causais: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, como; conjunções subordinativas adverbiais concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que; conjunções subordinativas adverbiais condicionais: se, caso, desde, salvo se, desde que, exceto se, contando que; conjunções subordinativas adverbiais conformativas: conforme, como, consoante, segundo; conjunções subordinativas adverbiais finais: a fim de que, para que, que; conjunções subordinativas adverbiais proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais… mais,…; conjunções subordinativas adverbiais temporais: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas; conjunções subordinativas adverbiais comparativas: como, assim como, tal, qual, tanto como; conjunções subordinativas adverbiais consecutivas: que, tanto que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo que, de sorte que, de tal forma que.
Para uma melhor compreensão acerca das conjunções é bom dividi-las em apenas duas categorias, ou seja, as coordenativas e as subordinativas e colocá-las as demais existentes inseridas como subcategorias dessas duas principais, assim:
Fazem parte das conjunções coordenativas as aditivas, as adversativas, as alternativas, as conclusivas e as explicativas; e fazem parte das conjunções subordinativas as causais, as comparativas, as concessivas, as conformativas, as consecutivas, as finais, as proporcionais e as temporais.
Esmiuçando, aplicando, usando e exemplificando: as conjunções coordenativas aditivas como o próprio nome já sugere expressam a ideia de adição, de soma. Exemplo: Marcos foi ao cinema e ao teatro; as conjunções coordenativas adversativas expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplo: Tentei chegar na hora, porém me atrasei; as conjunções coordenativas alternativas expressam ideia de alternância. Exemplo: Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho; as conjunções coordenativas conclusivas servem para dar conclusões às orações. Exemplo: Estudei muito por isso mereço passar; as conjunções coordenativas explicativas explicam, dão um motivo ou razão. Exemplo: É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. Já as conjunções subordinativas causais como a própria nomenclatura explicitam expressam uma causa. Exemplo: Ele não fez o trabalho porque não tem livro; as conjunções subordinativas comparativas expressam comparações entre duas ou mais coisas, objetos, pessoas, animais etc. Exemplo: Ela fala mais que um papagaio; as conjunções subordinativas concessivas indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado. Trazem em si uma ideia de “apesar de”. Exemplo: Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (apesar de estar cansada); as conjunções subordinativas expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
Exemplo: Cada um colhe conforme semeia; as conjunções subordinativas consecutivas expressam uma ideia de consequência.
Exemplo: Falou tanto que ficou rouco; as conjunções subordinativas finais expressam ideia de finalidade, objetivo. Exemplo: Todos trabalham para que possam sobreviver; as conjunções subordinativas proporcionais indicam proporções. Exemplo: À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha; e as conjunções subordinativas temporais expressam tempo, geralmente fenômeno natural. Exemplo: Chegamos em casa assim que começou a chover.
Interessante também é saber que mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que". E que o conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva. Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Bom também é termos cuidado para não confundirmos as conjunções subordinativas de causas e de consequências, embora, isso, às vezes, fica difícil diferenciá-las. Daí, um esquema, como macete que costumo usar em minhas aulas:
Se alguém fala: ”Correram tanto, que ficaram cansados”. Saiba que: “Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma consequência.
Porém, se alguém fala: ”Ficaram cansados porque correram muito”. Isso implica que: “Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.