LÍNGUA PORTUGUESA - PARTE IX UM ESTUDO SOBRE A GRAMÁTICA
Na parte anterior da nossa série sobre o estudo da Gramática da Língua Portuguesa estudamos os verbos e vimos que eles são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo.
Porém, antes de adentrarmos em outra classe morfológica, achamos por bem, darmos mais uma pincelada nos verbos, dado a sua complexidade e amplitude de conteúdos.
Pois bem, para melhor compreensão das funções dos verbos dentro da língua é bom que saibamos que eles podem indicar, entre outros processos ação, estado, fenômeno, ocorrência, desejo, etc. assim:
quem corre, pratica a ação de correr; quem fica, permanece no estado de ficar; se chove, ocorre um fenômeno natural de chover; quem nasce, sofre a ocorrência do nascer e quem quer, exerce o desejo de querer algo.
Com o que foi descrito acima, podemos perceber, então, que o que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados.
Vimos também em artigo anterior sobre a estrutura das formas verbais e percebemos que essas formas podem apresentar elementos como radical, que é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo; tema, que é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo; a desinência modo-temporal que é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo; e ainda a desinência número-pessoal que é o elemento que designa a pessoa do discurso. (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
Uma observação interessante a fazer é que o verbo pôr, assim como seus derivados compor, repor, depor, etc., pertencem à 2ª conjugação, uma vez que a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
Lembrando ainda que os verbos possuem também características de tonicidades. Desse modo, classificamos os verbos como rizotônicos e arrizotônicos, ou seja, consideram-se formas rizotônicas aquelas em que o acento recai no radical; e arrizotônicas as formas em que o acento recai nas terminações. Repetindo: nas formas rizotônicas o acento recai sempre no radical e nas chamadas formas arrizotônicas o acento tônico recai nas terminações, e não no radical.
De forma a compreendermos melhor, encerraremos, pois, este conteúdo verbal, exemplificando através da conjugação do verbo cantar no presente do indicativo e no presente do subjuntivo.
Presente do indicativo: eu canto, tu cantas, ele canta, eles cantam; presente do subjuntivo: que eu cante, que tu cantes, que ele cante, que eles cantem.
Nota que para cada verbo existem apenas oito formas rizotônicas (eu, tu, ele e eles do presente do indicativo e eu, tu, ele e eles do presente do subjuntivo).