LÍNGUA PORTUGUESA - PARTE V UM ESTUDO SOBRE A GRAMÁTICA
Já vimos em oportunidades anteriores que a Morfologia dividiu as classes de palavras ou classes gramaticais em dez e que elas são substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio. Vimos ainda que essas categorias gramaticais são divididas em palavras variáveis e invariáveis. As variáveis são aquelas que variam em gênero, número ou grau e as invariáveis são as que não variam, isto é, mantêm-se fixas, em sua forma.
Assim, se nas primeiras quatro partes desta série de artigos que estuda a Gramática, teorizamos muito sobre a Morfologia em si, nos nossos próximos artigos trabalharemos com essas dez classes gramaticais, iniciando pelo substantivo.
Sabemos que os substantivos são palavras que nomeiam os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros. São palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo). Os substantivos podem ser simples, compostos, primitivos, derivados, próprios, comuns, coletivos, concretos, abstratos, comuns de dois gêneros, sobrecomuns, epicenos e de dois números.
Explicando melhor:
Comuns: nomeiam grupos de seres da mesma espécie. Exemplos: jornal, país, cidade, animal, boca, beijo;
Próprios: nomeiam seres particulares de uma determinada espécie. São os nomes de pessoas, cidades, equipes de futebol, etc. Exemplos: Fortaleza, Salvador, Ceará, Brasil, América do Norte;
Abstratos: nomeiam estados, qualidades, sentimentos ou ações cuja existência depende de outros seres. Explica-se: a beleza, por exemplo, precisa de algo concreto (um vaso, um rapaz, uma árvore) para se manifestar. Ex: tristeza, cansaço, prazer, alegria, beleza, verdade, ironia;
Concretos: nomeiam seres cuja existência é própria, independente de outros.
Exemplos: beija-flor, mulher, Deus, vento, alma;
Primitivos: são os nomes que não derivam de outros. Exemplos: dia, noite, carroça, mar, água;
Derivados: são os nomes formados a partir de outros. Exemplos: diarista (de dia), noitada (de noite), carroceiro (de carroça), maremoto (de maré), aguaceiro (de água);
Simples: são os nomes que apresentam apenas um elemento formador, um radical. Exemplos: caneta, pau, flor, couve, água, cheiro;
Compostos: são os nomes formados de dois ou mais elementos. Exemplos: caneta-tinteiro, couve-flor, água de cheiro;
Coletivos: são os nomes comuns que servem para designar conjuntos de seres de igual espécie. Exemplos: flora (de todas as plantas de uma região), tertúlia (conjunto de pessoas amigas), floresta (conjunto de árvores), panapaná (conjunto de borboletas).
Observe que um substantivo tem, ao mesmo tempo, várias classificações. Mesa, por exemplo, é um substantivo comum, concreto, simples e primitivo. Acontecimento, por sua vez, é comum, abstrato, simples e primitivo.
Depois de tudo, podemos perceber que o substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, lugares, sentimentos, estados, qualidades, ações, etc.