Classificação dos alunos (4)
O professor atravessava o pátio vazio enquanto as aulas iam a meio.
Dois alunos dobraram a esquina, pressurosos, certamente a caminho do polivalente para dar uns toques na bola. O professor estranhou:
- Então, não têm aulas?!
- Tivemos teste e saímos mais cedo.
Por vezes, os alunos menos preparados assinam o teste e entregam-no mais ou menos em branco e há professores que os deixam sair. Para confirmar, o professor perguntou:
- Que nota tivestes no 1º período?
- Eu tive 4 e ele teve 5 (numa escala de 5).
E seguiram.
O professor também.
Mas uma preocupante conclusão retirou do inesperado encontro: a escola apenas potencia metade das capacidades destes alunos; relativamente a outros, exige demais; uns e outros tendem a entregar os testes a meio da aula ou porque já fizeram ou porque não são capazes de fazer.
Conclusão da conclusão: a escola trabalha para a média que, ao longo dos anos, tende para a mediocridade. São as notas, os testes, numa palavra, a classificação, ditando suas leis.
Lamentável!