Classificação dos alunos (3)
Nas escolas, consta do dossiê dos vários grupos disciplinares um documento denominado “Critérios de Avaliação”. Denominação duplamente inadequada: está mais ao serviço da classificação do que da avaliação e não são critérios mas domínios (os critérios têm a ver com o desempenho em cada um dos domínios). É velho de décadas, continua em vigor sem contestação e tem ares de força de lei.
Dando o exemplo da disciplina de português, tão probo documento tem a forma de uma grelha cujas colunas correspondem aos diversos domínios a considerar, como leitura, interpretação, expressão escrita, conhecimento explícito da língua… e atitudes… e testes (escritos).
Das atitudes já falámos em texto anterior.
Dos testes falamos agora:
- Então os testes não versam domínios já contemplados nas outras colunas da grelha?!
- Será que estaremos a avaliar (classificar) instrumentos em vez de desempenhos?!
- Que números resultarão de toda esta confusão?!
Sei de escolas em que esta questão foi levantada sem sucesso, com o argumento: os testes são especiais!
Especiais?! Então, nos testes, onde é atribuída uma só nota ao conjunto constituído pela leitura, pela interpretação, pela expressão escrita, pelo conhecimento explícito da língua, a leitura, a interpretação, a expressão escrita, o conhecimento explícito da língua são de natureza diferente daqueles que se dão nas aulas?!
A classificação seria sempre perversa, mesmo que rigorosa, como pensamos já ter demonstrado.
Mas assim!...