Classificação dos alunos (2)
Por aqui, a política educativa é um verdadeiro carrossel, que gira ao sabor e ao ritmo da mudança das tutelas.
Vêm uns e decretam a classificação na disciplina de educação física no ensino secundário, para evitar que os alunos, pura e simplesmente, a deixem de frequentar. Vêm outros e decretam a não classificação na disciplina de educação física, para evitar que os alunos com notas altas (os bons alunos) sejam, em muitos casos, prejudicados na média final de acesso ao ensino superior.
Mas todos coincidem num ponto que consideram definitivamente indiscutível: seja em que situação for, há que arranjar maneira de não prejudicar a média dos bons alunos. Obviamente, os bons alunos são os bons alunos a português, a matemática...
Ou seja, os bons alunos a educação física podem ser prejudicados pelo português, pela matemática… mas os bons alunos a português, a matemática… não podem ser prejudicados pela educação física.
Sabem o que isto é? Eu digo: puro atavismo medieval em que a herança judaico-cristã petrificou: o Homem é corpo e é alma… e a alma é para salvar, à custa do sacrifício do corpo impuro!
A tecnologia disparou à velocidade da luz, mas a mentalidade estagnou nas bibliotecas monásticas.
Salvou-se a música gregoriana, que, mais que outra coisa qualquer, faz a síntese de corpo e alma.
Amen!