Didática alternativa (2)
O que as nossas escolas têm andado a fazer, ao longo das últimas décadas, é tratar o texto (o texto narrativo). A frase (aqui tomada como sinónimo de oração) tem sido votada ao mais completo abandono. Mas é nas frases e nas relações entre elas e dentro delas que se constrói e se transmite o pensamento. A narrativa desenvolve um esquema actancial, que mais não faz que explicitar, quiçá ampliar, as estórias da avozinha.
Por isso, ao exagerar esta dimensão em detrimento de outras, provavelmente a escola terá contribuído para uma certa infantilização dos alunos. Só a frase, considerada na sua estrutura, na sua relação com as outras, no seu contexto e na intencionalidade de quem comunica, torna possível o acesso aos vários níveis taxonómicos do pensamento humano. É aí que funciona a lógica da língua. Sem a qual a matemática, as ciências, a história… as leis serão chinês para os nossos estudantes.