Verbo - Ser ou serem, na flexão do infinitivo e concordância.
Flexão do infinitivo e concordância:
Faço as seguintes perguntas:
Quando usar o verbo auxiliar no infinitivo ou concordando com o sujeito plural? Ser ou serem? Devem ser ou devem serem?
Damos o nome de locução verbal à sequência de dois ou mais verbos usada para referir a um mesmo sujeito.
A flexão do infinitivo, convenhamos, é um problema para a maioria dos redatores, geralmente às voltas com as dúvidas sobre o tema.
Para piorar a situação, há casos em que é preciso considerar duas regras conflitantes e equilibrá-las de forma coerente.
Normalmente, quando está apassivado (ser feito, ser eleito, ser homenageado), havendo sujeito plural, o infinitivo vai para o plural.
Por exemplo: “Eram jovens que, pela primeira vez, tinham a oportunidade de serem eleitos”.
Como o particípio sofre a flexão de gênero e número, o infinitivo do verbo auxiliar (“ser”), até por coerência, vai também para o plural, acompanhando a flexão de número do particípio (“serem eleitos”, em vez de “ser eleitos”).
Um redator deparou, entretanto, com a seguinte situação: Humoristas, como Tiririca, usam fama para tentar (ser ou serem?) eleitos.
Optou pelo seguinte: “Humoristas, como Tiririca, usam fama para tentar serem eleitos". A solução não foi das melhores.
O verbo apassivado foi construído com um auxiliar “tentar”.
Na prática, a locução tem dois verbos auxiliares, “tentar” e “ser” - este, o auxiliar da voz passiva.
Nesse tipo de caso, somente o primeiro auxiliar (no caso, “tentar” - sofre a flexão. Para facilitar a compreensão, basta imaginar um período como “Neste ano, eles deverão ser eleitos” (dificilmente alguém optaria por “deverão serem eleitos”).
No caso em questão, todavia, contribuiu para a confusão o fato de o infinitivo (“tentar”) não estar flexionado, a coisa q se explica pelo padrão da flexão do infinitivo. Não havendo mudança de sujeito (do verbo anterior, “usam”, para o infinitivo subsequente, “tentar”), não se faz a flexão.
Um exemplo simples para facilitar o raciocínio:
“Eles usam a fama para ganhar (e não “ganharem”) dinheiro”, porque “ganhar” tem o mesmo sujeito de “usam”.
Creio que assim; fica explicado o motivo pelo qual “tentar” não sofreu a flexão de número (plural).
Juntamos para aqui explicar as várias informações, ao que chegaríamos à construção mais facilmente abonada pelos nossos ouvidos:
Humoristas, como Tiririca, usam a fama para tentar ser eleitos.
N:- Durante a pesquisa pelo texto mais conciso e preciso, também verifiquei que um nosso colega de Recanto elaborou um excelente texto sobre esse tema. Mas, já diziam os falantes do latim, “Quod abundant non noscet”: - O que é abundante, farto, não prejudica.
Este texto apresenta a mesma regra, vista de outro ponto de observação com outros exemplos.
Referência
Adaptado e com grifos meus; Lendo texto de *Thais Nicoletti e outros.
*Professora de português e revisora de redação no jornal O Estado de São Paulo.
Flexão do infinitivo e concordância:
Faço as seguintes perguntas:
Quando usar o verbo auxiliar no infinitivo ou concordando com o sujeito plural? Ser ou serem? Devem ser ou devem serem?
Damos o nome de locução verbal à sequência de dois ou mais verbos usada para referir a um mesmo sujeito.
A flexão do infinitivo, convenhamos, é um problema para a maioria dos redatores, geralmente às voltas com as dúvidas sobre o tema.
Para piorar a situação, há casos em que é preciso considerar duas regras conflitantes e equilibrá-las de forma coerente.
Normalmente, quando está apassivado (ser feito, ser eleito, ser homenageado), havendo sujeito plural, o infinitivo vai para o plural.
Por exemplo: “Eram jovens que, pela primeira vez, tinham a oportunidade de serem eleitos”.
Como o particípio sofre a flexão de gênero e número, o infinitivo do verbo auxiliar (“ser”), até por coerência, vai também para o plural, acompanhando a flexão de número do particípio (“serem eleitos”, em vez de “ser eleitos”).
Um redator deparou, entretanto, com a seguinte situação: Humoristas, como Tiririca, usam fama para tentar (ser ou serem?) eleitos.
Optou pelo seguinte: “Humoristas, como Tiririca, usam fama para tentar serem eleitos". A solução não foi das melhores.
O verbo apassivado foi construído com um auxiliar “tentar”.
Na prática, a locução tem dois verbos auxiliares, “tentar” e “ser” - este, o auxiliar da voz passiva.
Nesse tipo de caso, somente o primeiro auxiliar (no caso, “tentar” - sofre a flexão. Para facilitar a compreensão, basta imaginar um período como “Neste ano, eles deverão ser eleitos” (dificilmente alguém optaria por “deverão serem eleitos”).
No caso em questão, todavia, contribuiu para a confusão o fato de o infinitivo (“tentar”) não estar flexionado, a coisa q se explica pelo padrão da flexão do infinitivo. Não havendo mudança de sujeito (do verbo anterior, “usam”, para o infinitivo subsequente, “tentar”), não se faz a flexão.
Um exemplo simples para facilitar o raciocínio:
“Eles usam a fama para ganhar (e não “ganharem”) dinheiro”, porque “ganhar” tem o mesmo sujeito de “usam”.
Creio que assim; fica explicado o motivo pelo qual “tentar” não sofreu a flexão de número (plural).
Juntamos para aqui explicar as várias informações, ao que chegaríamos à construção mais facilmente abonada pelos nossos ouvidos:
Humoristas, como Tiririca, usam a fama para tentar ser eleitos.
N:- Durante a pesquisa pelo texto mais conciso e preciso, também verifiquei que um nosso colega de Recanto elaborou um excelente texto sobre esse tema. Mas, já diziam os falantes do latim, “Quod abundant non noscet”: - O que é abundante, farto, não prejudica.
Este texto apresenta a mesma regra, vista de outro ponto de observação com outros exemplos.
Referência
Adaptado e com grifos meus; Lendo texto de *Thais Nicoletti e outros.
*Professora de português e revisora de redação no jornal O Estado de São Paulo.