Este texto - frágil e pálido! - não merece resposta alguma!
DESMASCARAR
Estimados amigos,
Caros leitores;
Não entendo como é que uma pessoa é capaz de me perseguir tanto. Não tenho memória de me ter acontecido uma situação similar. Mas diz o ditado: «Há sempre a primeira vez na vida».
Com efeito, o Alberto Sebastião, promotor da marcha, já vem a assediar-me há imenso tempo. Convidou-me para escrever um livro em co-autoria com ele, o que não aceitei. Sempre quis que eu reagisse aos textos que escrevia contra mim e contra o meu livro, «Ensaboado & Enxaguado». Todavia, geralmente, o ignorei, porque, com base nos seus textos, considerava-o e ainda o considero uma pessoa conflituosa e incongruente. Chegou mesmo a injuriar-me nos seus artigos do JORNAL A REPÚBLICA, semanário do qual, actualmente, sou articulista. Por outro lado, ele quis e quer ser meu amigo, pessoal e virtual, através do facebook. Porém, declinei o pedido, pelas razões que apontei. Enviou várias mensagens, via telefone e e-mail, pedindo-me esclarecimentos em relação a algumas questões de português. Conservo, ainda, algumas delas. No entanto, não reagi. Pediu-me que lhe indicasse uma editora para a produção de um livro seu. Fi-lo sem hesitação. Indiquei-lhe a Escolar Editora – a minha editora. Procurava quaisquer pretextos para me contactar.
O Alberto Sebastião, chegou mesmo a proferir uma declaração bajulatória, segundo a qual ele e eu éramos as "únicas autoridades da língua portuguesa em Angola", com o fito de obter de minha parte anuências em relação às suas pretensões. Mas não dei importância à sua declaração. Aliás, abomino pessoas bajuladoras. Melhor dizendo, ignorei-a.
Quanto às eventuais razões que estão na base da marcha programada para hoje, sábado, dia 16 de Julho, apraz-me dizer que, geralmente, não corrijo pronúncia, salvo nos casos em que alguns políticos, radialistas e apresentadores de televisão tentam falar a português. Os portugueses acham ridículo esse tipo de complexo.
Em relação à correcção da pronúncia, a minha ideia é a seguinte: já que querem pronunciar como os portugueses, eis a pronúncia correcta.
Eu não sou linguista. Sou um jurista preocupado com o uso da língua.
Quando cheguei de Portugal constatei que muita gente não tinha preocupação para com o uso da língua. Para muitos falantes, o importante era o facto de os seus interlocutores terem entendido a mensagem. Por isso, fui fazendo uma relação dos erros de português, sobretudo erros de sintaxe e morfologia e indiquei a forma correcta, com sustentáculo na gramática. Depois, procurei alguns linguistas e outras entidades da nossa sociedade, que analisaram o «Ensaboado & Enxaguado» e o corrigiram. Assim, surgir o meu primeiro livro, um dos livros mais vendidos. Talvez, o livro mais vendido, depois da independência, como dizem muitos analistas. Além disso, devido à sua importância social o «Ensaboado & Enxaguado» foi o livro mais pirateado. Até hoje vejo livros contrafeitos. Em vão, lamentei imenso por essa triste situação.
Considero-me um escritor didáctico-literário, pois os meus livros, além de serem didácticos, têm muitos textos com características literárias. Ainda não um escritor ao nível dos grandes escritores angolanos. Contudo, tenho sido feliz em relação aos temas que apresento nos meus livros – a associação da instrução à educação.
Sou um autêntico investigador, pelo que invisto imenso na compra de diferentes livros relacionados com a língua portuguesa, com a cidadania e com a educação em sociedade.
Já fui entrevistado várias vezes, em directo, nos diferentes programas de rádio e de televisão. Alguns linguistas chegaram a formular-me perguntas de português, na expectativa de eu não responder correctamente. Só que esses linguistas e professores não sabem que, não sendo linguista, leio bastante e, porventura, investigue mais do que eles, devido à consulta constante dos livros que tenho.
O promotor da marcha, Alberto Sebastião, com o pseudónimo Littera Lu, quer ter visibilidade através de mim. A visibilidade que não consegue ter, enquanto linguista e crítico literário. Infelizmente, os papéis estão invertidos, porque é ele, na qualidade de linguista, que deveria escrever, habitualmente, sobre língua portuguesa, de modo a auxiliar as pessoas que não tenham domínio nessa matéria ou que não tenham conhecimentos consolidados em português - a nossa língua oficial e a unificadora de todos os angolanos.
O argumento de que o «Ensaboado & Enxaguado» é uma manifestação de "preconceito linguístico do falar do povo angolano" é frívolo. Acaso o Alberto Sebastião não saiba que, publicamente, já defendi a forma como a maior parte dos angolanos fala. Até já apresentei exemplos de alguns políticos, padres, pastores, anciões e jornalistas, nomeadamente a repórter da TPA, Joana Tomás. No entanto, considero que se deve respeitar a dicção dos falantes que, por descendência dos portugueses ou convívios com eles ou com pessoas que tenham fortes influência prosódicas de pessoas que tenham tido contactos com os portugueses.
Como muita pena o Alberto Sebastião e os seus seguidores não sabem que estou a escrever um livro com as palavras angolanas. Já estou na fase de aperfeiçoamento.
Algumas pessoas dizem que sou “aportuguesado”, “assimilado” e "fino de mais" . Algumas pessoas, até tentam imitar a minha dicção, que está longe de ser comparada a dos tugas.
Quando fui estudar para Portugal, eu integrei-me na sociedade portuguesa. Convivi imenso com os nacionais do país de acolhimento. Dividi quartos com eles. Ia às festas e a outros eventos culturais, acompanhava os programas da Antena 1 e da Rádio Renascer. Ouvia música portuguesa, nomeadamente as músicas populares como Mónica Sintra e Ágata e as colectâneas de fado. Aprendera a gostar de fado com a TPA, através do programa Prelúdio de Mesquita Lemos, «Olá, Boa noite!». (Risos). No entanto, não deixei de conviver com os meus amigos de infância do meu bairro natal - Rangel. Assim, ia ter com eles em Miratejo, Brandoa e Cacém. Por outro lado, não deixei de ouvir a RDP África, nomeadamente, os programas de Ismael Mateus e Nuno Sardinha. Não deixei de ir aos espectáculos musicais no auditório da RDP. Além disso, adoptei o nome de Makiesse - nome da minha Terra - Angola. O que não aceitei foi viver em Portugal, como se estivesse a morar no meu Rangel, no Sambizanga ou noutro bairro suburbano de Luanda.
Quanto à língua portuguesa, quer como docente, quer como escritor, quer como redactor de textos sobre português, sinto-me orgulhoso pelo meu desempenho social e pela minha luta constantes pela valorização dos meus compatriotas.
Aconselho os linguistas, a escreverem sobre diferentes questões sobre a língua portuguesa. Na verdade, há muitas matérias em relação às quais se exige investigação. Mãos à obra! Produzam livros ou fascículos. Sejam autênticos linguistas. Sejam produtivos.
Estou disponível para trabalhar, colaborar, debater questões de língua portuguesa, receber críticas de pessoas educadas e bem-intencionadas.
O meu nome é JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA - JOSECA MAKIESSE
e-mail. jca1203@yahoo.com