Pontuação : este caso especial de emprego de reticências e aspas
As respectivas regras gramaticais que tratam do emprego de reticências e aspas, à exceção do tópico objeto, são satis-
fatórias .
As reticências (...) - habitualmente localizadas no final de alguma frase - têm objetivo de deixar em suspenso algo sobre o que se falava, abrindo a possibilidade de "n" interpretações.
As aspas (" "), por seu turno, são aquele sinal gráfico que, em linhas gerais, é usado para :
a) Destacar um termo ou expressão
(Ex.:Rui Barbosa, o "Águia de Haia", é provavel-
mente o maior jurista de seu tempo); ou :
b) Reproduzir, no todo ou parcialmente, (e em substituição ao travessão) a fala de alguém.
(Ex.: Aquele homenzinho, sentindo-se injustiçado, teria dito aos presentes : "antes de me apontarem o indicador acusa-
tório, apontem-no em sua própria direção!").
Porém, entre um caso e outro (de emprego de reticências e de aspas individualmente), há um outro, que é o objeto desta abordagem :
Uma frase aspeada ser iniciada por reticências,
isto porque, em circunstâncias normais, a localização regulara das re-
ticências é sempre no final da frase.
Observem, entretanto, o que ocorre na frase a seguir :
"...E que, a partir desta data, jamais alguém volte a colocar em dúvida a potencialidade do povo nordestino ".
Vê-se que a citação aspeada é iniciada por re-
ticências.
O que o justificaria ?
É o fato de que esse trecho representa uma parte, a parte conclusiva, da declaração dada por alguém que, neste contexto, apresenta a lista de tópicos de defesa ante uma suposta
acusação ou agressão desferida por alguém contra o povo dessa região.