Nossa "metralhadora gramatical" hoje está apontada para os gramáticos (Fato 1)
Para os que, por enquanto, apenas nos acompanham na página que temos no RECANTO DAS LETRAS (aproveitamos este en-
sejo para reiterar nossos agradecimentos pelas 3.400.000 visitas re-
gistradas até há poucos dias) produzimos e publicamos, nos últimos dias, em nossa página no facebook, alguns textos referentes à nossa Língua, onde tentamos mostrar algumas (e quantas !) das impropri-edades nela constantes e tidas, até então, como verdades absolutas.
Sobre tais (para nós) impropriedades, na qualidade de incansável pesquisador linguístico, sempre que justificado, permiti-mos-nos emitir questionamentos, alguns dos quais em caráter frontal-mente contestatório (mas somente quando pertinentes e/ou adequada-mente fundamentados -).
Assim é que, de uns dias para cá, naquela nossa
outra página, passamos a publicar textos em que ousamos apresen-tar algumas dessas ditas "imperfeições linguísticas". As já publicadas
foram aquelas que dizem respeito :
- A uma (a única, obviamente) praticada pelo nosso imortal Rui Barbosa (quando ele diz "De tanto ver TRIUNFAR as nulidades", cujo
correto - conforme demonstrado na matéria - seria "De tanto ver TRI-
UNFAREM as nulidades");
- Idem, pelo erudito - já falecido - ex-presidente Jânio Quadros (quando ele diz "fi-lo porque qui-lo", cujo correto é : "fi-lo porque o
quis");
- Idem, pela nossa POETISA (e não, POETA) Cecília Meireles (quando
ela "cria" - com a liberdade poética que a língua permite - a palavra
POETA como se fosse substantivo de gênero uniforme, quando O
CORRETO CONTINUA SENDO substantivo de gênero biforme : "poeta"
indica a forma masculina e "poetisa", a feminina).
- Idem, pelos nossos dicionaristas (quando recomendam ERRONEA-
MENTE a pronúncia da palavra OBSÉQUIO como sendo a correspon-
dente a OBZÉQUIO, quando a pronúncia correta - para o bem da
gramática - deve ser a mesma utilizada em palavras como OBSer-
var, OBSessão, OBSidiar, etc.
Prosseguindo nessa "batalha" (sempre com a inten-
ção única de ver a nossa língua sem tais anomalias ou com o mínimo de), hoje, nossa "metralhadora gramatical" tem como alvo os nossos
gramáticos.
(Como as tais impropriedades linguísticas pratica-
das (no nosso entendimento) pelos gramáticos são em número signi-
cativamente maior, passaremos, a partir desta publicação, de forma sequenciada (1, 2, 3...) apresentar algumas dessas situações).
O foco de nossa abordagem crítica hoje é (por ser
O MAIS ELEMENTAR DE QUALQUER LÍNGUA) o NOSSO ALFABETO.
Representam (parece-nos, pelo menos) unanimidade as informações, abaixo a seguir, contidas nas gramáticas e REFEREN- DADAS PELA MAIS RECENTE REFORMA ORTOGRÁFICA :
. Nosso alfabeto é formado de 26 letras;
. Dessas 26 letras, 5 são vogais (a, e, i, o, u) e as demais (21), conso-
antes.
Tomando por base apenas tais afirmações, permiti-
mos-nos questionar :
S E R Á ? Será que tais afirmações representam verdades absolutas e, como tal, incontestáveis ?
Isso é o que veremos a partir de agora.
Passamos a emitir nossos comentários sobre o as-
sunto, tomando por base a fundamentação que a própria gramática nos disponibiliza (a metalinguística em ação), deixando a critério de cada leitor a avaliação sobre se são procedentes ou não as conclusões
a que chegamos e, aqui, expostas :
Questionamentos :
1) O "H" - pelo conceito que se tem a respeito - pode ser considerado
como LETRA ? (salvo engano, "letra é cada símbolo gráfico para o
qual há o correspondente fonema) . Ex.: G (guê - se estiver antes
de a, o ou u - ou ji - se estiver antes de e ou i).
Qual o fonema correspondente a essa "letra" H? Absolutamente, ne-
nhum. E, se não há fonema correspondente, ...
Lembremos-nos de que tão "insignificante" (só não para fins de eti-
mologia de algumas palavras nossas) é o H que, quando usado no
início de um termo, NENHUMA DIFERENÇA FAZ ELE LÁ ESTAR COMO
NÃO ESTAR : O "h" que inicia palavras como "homem", "hora", "ho-
je", se for retirado de tais palavras - a não ser a citada diferença
etimológica - nenhuma falta fará : a palavra seria pronunciada do
mesmo jeito : "omem", "ora", "oje"...
Na verdade, a única serventia do H é alterar a pronúncia das letras
com as quais forma dígrafo : mala / malha, etc. (neste caso, o su-
posto fonema mais aproximado dele seria a vogal "i" : malha = má-
lia, julho = júlio...(?)
Se, portanto, for procedente essa afirmativa / questionamento (de
que o H não deveria ser considerada como letra), NOSSO ALFABETO
JÁ DEIXARIA DE TER 26 E PASSARIA A TER APENAS 25 LETRAS.
2) As consequências da OFICIALIZAÇÃO DA INCLUSÃO, no nosso alfa-
beto, DAS LETRAS K, W, Y...
A partir do momento em que tais letras são consideradas oficial-
mente como parte integrante de nosso alfabeto, isso altera (E OS
GRAMÁTICOS AINDA NÃO APRESENTAM TAL ESCLARECIMENTO
NAS OBRAS QUE ELES PRODUZEM) profundamente a configuração
do nosso alfabeto :
A letra "y", que tem o som / fonema correspondente à vogal I,
teria de passar a fazer parte do alfabeto NA CONDIÇÃO DE VO-
GAL (SerigY, Uruguay, etc). E, neste caso, as (até então) 5 vogais
do alfabeto passariam a ser 6;
Os nossos gramáticos TAMBÉM não esclarecem a respeito da clas-
sificação (se é vogal ou se consoante) para a letra W.
E essa letra tem um detalhe interessante : em determinadas pala-
vras (quando tiver o som correspondente ao U) É VOGAL. Ex.:
Wilton, Wellington, Washington; em outras palavras (quando tiver
o som de V), será considerada CONSOANTE. Ex.: Walter, Wagner.
E essa dupla possibilidade classificatória (vogal ou consoante) do
W complica de vez a formação de nosso alfabeto .
Com a (sugerida) exclusão do H da condição de
"letra", o alfabeto teria seu total diminuído de 26 para 25;
e com a possibilidade de, em algumas situações (conforme exemplos citados), o W ser considerado como vogal e com a inclusão do Y na lista das vogais, NOSSO ALFABETO JÁ NÃO TERIA 5 VOGAIS, MAS SETE !
Ratificando que nossas contestações e/ou ques-
tionamentos, além de (minimamente) embasadas, são também conclu-
ídas com a apresentação de sugestão de solução (entendemos que não devemos tão somente criticar, mas também apresentar sugestão de solução), eis a nossa sugestão com relação ao nosso alfabeto :
TOTAL DE LETRAS QUE O COMPÕE : 25 (conversível para 26, conforme
abaixo demonstrado) :
(a, b, c, d, e, f, g, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z)
= 25
(Aqui, conforme podem perceber, o "h" já não integra a lista
das letras. Ele passaria a ter a denominação de "signo etimo-
lógico", por ter aplicabilidade apenas na etimologia de alguns
termos nossos).
DISTRIBUIÇÃO DAS LETRAS QUE COMPÕEM O ALFABETO :
VOGAIS : 7
a, e, i, o, u, y e (eventualmente) w (em palavras como Wil-
son);
CONSOANTES : 19
b, c, d, f, g, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v (eventualmente), w
(como em Wagner), x, z.
O que lhes parece ?