Já Sei Namorar
Namorar é muito bom, não é mesmo? Agora quero que você observe a ocorrência dessas duas frases:
“Pedro namora com Paula”.
“Quer namorar comigo”?
Todos os dias, essas frases são pronunciadas centenas de vezes, variando apenas quanto ao nome próprio empregado. Porém, de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa, ambas as construções estão incorretas.
A exemplo do verbo amar, namorar é Verbo Transitivo Direto (VTD). Quando o complemento se liga ao verbo sem preposição obrigatória. Nesse caso o complemento é chamado de Objeto Direto (OD).
Quem namora, namora alguém e não com alguém. Portanto: Pedro namora Paula.
VTD OD
Quando o objeto direto for um nome próprio, como no caso aqui analisado, ele pode ser preposicionado. Isto é, receber uma preposição, que normalmente é a preposição A.
Sendo assim, também é correto, em conformidade com a norma culta, escrever “Pedro namora a Paula” ou “Paula namora a Pedro”.
Outro exemplo: Amo Cristo. FORMA NORMAL DO OBJETO DIRETO
Amo a Cristo. FORMA PREPOSICIONADA.
Puxa! Quer dizer que não devo perguntar à moça se ela quer namorar comigo, já que quem namora, namora alguém e não com alguém?
Calma, nada de radicalismos. Na língua falada, o verbo namorar sofre a contaminação do verbo casar. EX.: Quer casar comigo?
Casamento é uma união, por isso, quem casa, casa-se com alguém. Dessa maneira, casar é Verbo Transitivo Indireto (VTI). Quando o complemento se liga ao verbo com o auxílio de preposição, o objeto é indireto (OI).
Ninguém precisa deixar de pronunciar a famosa frase, para tentar iniciar um namoro, por conta das regras gramaticais. Contudo, na hora de escrever um texto formal, prefira sempre a norma culta.
Eis uma sugestão para a pergunta: Paula, quer ser minha namorada?
É isso, pessoal. Até a próxima!