(Por o julgarmos OPORTUNO), REPUBLICAÇÃO de nosso texto T-738275 " "POETISA" ESTÁ DEIXANDO DE SER O FEMININO DE POETA, É?"

Temos - e isso é unanimidade nacional brasileira - em Cecília Meireles um dos ícones, um dos nomes mais representa-tivos da poesia brasileira mais recente. Isso é inquestionável.

Questionável, porém, foi (perdoem-nos se estiver-

mos "jogando pesado" com o que diremos a seguir) a "invencionice

CONVENIENTE" por parte dela, ao tentar - e, MESMO SEM QUALQUER

RESPALDO GRAMATICAL, parece ter conseguido êxito - transformar a

palavra POETA - QUE SEMPRE S E R Á de gênero BIFORME (uma forma para o masculino e outra, para o feminino) - em substantivo de GÊNERO UNIFORME.

A discutível alegação dos defensores de tal inven-

cionice é que a POETISA Cecília Meireles teria feito uso da chamada

LIBERDADE POÉTICA (em alguns casos, como este, para nós, é prática discutível).

Veja o porquê de nossa classificação dessa alte-

ração como esdrúxula e sem respaldo gramatical :

Relembremos a estrofe daquele poema da Cecí-

lia Meireles em que ela praticou tal invencionice :

"Eu canto porque o instante existe.

E minha vida está complETA (observe as três últimas letras

desta palavra)

Não sou alegre nem sou triste,

sou poETA" (observe novamente as três

últimas letras desta).

Sendo essa nossa POETISA pessoa do SEXO FE-

MININO, se tivesse usado, no lugar de "poeta", a palavra "poetisa",

ELA NÃO TERIA CONSEGUIDO UMA RIMA PERFEITA, nessa estrofe, para a palavra "completa" (última palavra do 2o. verso), além de compro-

meter o chamado "ritmo poético".

Tomando por base tal detalhe, (ainda que o mun-

do acadêmico e literário caia sobre nós), afirmamos, COM TODA A CONVICÇÃO DE QUEM LEVA A SÉRIO A LÍNGUA PORTUGUESA :

Ao contrário de "licença poética", a nossa POETI-

SA praticou uma "complETA" invencionice c o n v e n i e n t e...

O que acham os amigos ?