MINI-SAIA OU MINISSAIA?

Prólogo

A nova – nem tão nova, pois é de 2009 – regra gramatical ainda gera muitas dúvidas entre os brasileiros. Todos os dias aparecem questões como: “Qual seria o correto? Mini-saias ou minissaias? ”.

Ora, de acordo com o novo acordo ortográfico, quando os prefixos terminados em vogal forem seguidos de outra palavra iniciada por “r” ou “s”, essas letras serão duplicadas. Nestes casos, o “r” passará a ser “rr” e o “s” será “ss”. Ou seja, as mini-saias viraram minissaias.

OBSERVAÇÃO OPORTUNA

Em nosso Brasil, o supracitado acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995. Essas nem tão novas regras ortográficas estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, mas, o decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por um período de transição até 2012. Portanto, até o ano de 2012 eram válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova.

TRANSCRIÇÃO DA MENSAGEM DE UMA LEITORA

“Bom Dia! Meu nome é Alessandra, tenho 22 anos, sou estudante e fã de todos os gêneros de seus escritos. Adorei o texto em que você citou sua vovó e escreveu: “Minha santa vovó Josefa da Conceição (Que Deus a tenha) já dizia nos idos de 1964: “Em casa que não tem homem mulher veste calção e chuteiras para cantar de galo”. Se não me engano o maravilhoso texto chama-se: “O REVÉS COM SABOR DE REVANCHE”.".

"Antes de tudo concordo com vc. Não me vejo usando calção e chuteiras, lutando MMA, BOXE, praticando futebol, capoeira etc. Ah! Também não aprecio calças compridas. Isso (esportes violentos e roupas masculinas) fica bem para os homens!".

"Mulher, verdadeiramente mulher, precisa valorizar suas formas com indumentárias femininas, usar, sempre que a ocasião permitir, shorts e mini-saias (Perdão, mas não sei a forma certa de escrever essa palavra). Qual seria o correto? Mini-saias ou minissaias? ”. – (SIC).

MINHA RESPOSTA À SIMPÁTICA LEITORA

No prólogo do texto dou a reposta mais acertada ao questionamento da jovem e notável leitora Alessandra. Por conta disso talvez não fosse necessário escrever mais nada. Na internet há muitos bons escritos explicando sobre essas dúvidas simples e escolares.

Depois de responder a pergunta da estudante Alessandra vou aproveitar a dúvida da leitora para me estender um pouco mais sobre um assunto que entendo ser correlato ao tema.

UMA PEQUENA EXTENSÃO DO ESCRITO SEM FUGIR DO TEMA

Eventualmente escrevo algo e depois de publicar no Recanto das Letras faço um link no Facebook para todos acessarem meu escrito. Escrevi há pouco tempo um texto intitulado: "SOBRE O CIÚME". Recebi um elogio de uma simpática leitora e estudante de Ciências Jurídicas e Sociais com apenas três letras: "Vdd". – (SIC).

Ora, eu jamais poderia imaginar que "Vdd" fosse equivalente a palavra 'verdade'. Essa resposta foi enviada por um outro amigo do Facebook que, solidário a minha ignorância, explicou-me solene: "Assim escrevem e se comunicam os jovens nas redes sociais.".

Aí caiu a minha ficha... É assim mesmo! Eles (Os adolescentes e alguns adultos descomprometidos com o bom uso do idioma pátrio) escrevem: "Arrazou" com 'z', quando o certo é Arrasou com 's'. Aqui, para eles serve "Aki". Você é melhor escrever "Vc". Tudo se torna mais rápido, errado, rasteiro.

Não quero, não posso e tampouco devo condenar essa forma de comunicação tão extremamente esconsa e informal entre os usuários das redes sociais, mas, fico deveras preocupado porque conheço o provérbio que diz: “O uso do cachimbo faz a boca torta.”.

Sei, também, que em um concurso ou outra forma de avaliação de conhecimentos linguísticos as abreviaturas e palavras escritas erradas não ajudam os candidatos em absolutamente nada senão limita, atrapalha, confunde, reprova!

Não há, para os adolescentes (quase todos) e os mais simples, o compromisso de falar ou escrever utilizando-se de uma linguagem correta, formal. Isso todos devemos compreender e aceitar mesmo a contragosto.

Detalhe: Devemos utilizar o substantivo masculino contragosto sempre que nos quisermos referir a alguma coisa feita sem vontade, de modo contrariado.

MINHA SINCERA COMPREENSÃO

Os que se relacionam nas redes sociais NÃO QUEREM saber a diferença entre “onde” e “aonde”, “expectador” e “espectador”, “imergir” e “emergir”, “fluido” e “fluído”, “em vez de” e “ao invés de”, "cavaleiro" e "cavalheiro", “em virtude” e “tendo em vista”, “quis” (verbo querer) e “quiz” (teste e/ou questionário no idioma inglês), “senão” e “se não”, “si” e “se”, “desapercebido” e “despercebido”, assim como tantas outras armadilhas existentes em nosso idioma pátrio.

Entendo que seria ótimo se todos os brasileiros tivessem acesso a informação correta e fossem incentivados a isso, mas, quantos de nós somos estimulados a frequentar uma biblioteca? Fazer uma pesquisa? Ler um jornal, uma boa revista, um bom texto ou livro? Ver um excelente programa televisivo tipo documentário?

Nossa juventude e os não tão jovens estão se alienando e cada vez mais engrossando as fileiras dos desocupados, dos que não estudam, não trabalham e tampouco procuram emprego. Todavia, quase todos têm um computador, um tablet, um celular, para ficar horas sem-fim conectados a uma rede social e/ou pelo WhatsApp, que de forma carinhosa ou erroneamente batizaram de “Zap-Zap”.

CONCLUSÃO

Sobre a questão ou dúvida da leitora concluo: Quando os prefixos terminados em vogal forem seguidos de outra palavra iniciada por “r” ou “s”, essas letras serão duplicadas. Nestes casos, o “r” passará a ser “rr” e o “s” será “ss”. Ou seja, o correto é: minissaias!

Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha, não estuda, não pesquisa. É a chamada "geração nem-nem", dimensionada em estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esses jovens são vítimas de um "desalento estrutural", como analisou Fernando de Holanda Filho, professor da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal O Globo.

Ou seja: são pessoas que desistiram de procurar trabalho, porque não têm quase nenhuma qualificação, e tampouco querem voltar a estudar, porque não se sentem atraídas pelo progresso, pela escola.

Já escrevi e repito para NÃO DEIXAR DÚVIDAS: Com frequência consulto dicionários e/ou pergunto a quem sabe mais do que eu! Isso pega bem e, certamente, se também for um denodado e recalcitrante estudante e pesquisador terá uma ótima chance para melhor se classificar entre os demais concorrentes de quaisquer concursos.