A Língua Portuguesa ao Longo dos 40 Anos de Independência de Angola

Não era nossa intenção nem nunca tinha sido falar sobre ‘A Língua Portuguesa ao Longo dos 40 Anos de Independência: Contexto histórico e pedagógico’. Devemos lembrar que o Português é uma língua de origem latina, tal como o francês, o espanhol, o romeno e o italiano. É nacional em Portugal e no Brasil e oficial em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Em Angola, esta língua europeia (o Português) começou por ser falada em 1482, com a chegada dos portugueses à foz do rio Zaire, chefiados pelo navegador luso Diogo Cão. A partir daí, deu-se início ao processo de colonização, que durou cerca de cinco séculos. Sendo assim, neste período, os nativos eram proibidos de se comunicar por meio das línguas autóctones/nacionais, e eram considerados civilizados aqueles que sabiam falar correctamente a Língua Portuguesa e que se submetessem ou dominassem a cultura portuguesa.

Com a conquista/alcance da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, o Português foi implementado como língua oficial, conforme se encontra consagrado na Constituição da República (Cf. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, pág…). Em virtude disso, embora não seja um idioma africano, hoje é considerado por muitos um factor de unidade nacional.

Actualmente, faz parte do curriculum de todas as escolas do País e na maioria das universidades.Apesar de que seja a língua de ensino, não tem sido, pedagogicamente, bem ‘tratada’, sobretudo no processo de selecção de professores para a leccionar. Porquê? Acontece que, actualmente, em Angola, todo o mundo é professor de Português.

Se fizermos uma inspecção pedagógica nas escolas do 1.º e 2.º ciclos, bem do ensino médio técnico, veremos que a maioria dos professores desta disciplina é formada noutras áreas, sobretudo em Direito e em Comunicação Social, o que é uma situação preocupante, uma vez que deve ensinar Língua Portuguesa uma pessoa especializada/especialista, isto é, que tenha feito formação no IMNE (Instituto Médio Normal de Educação) ou no ISCED (Instituto Superior de Ciências da Educação).

Todavia, em troca ‘de gasosa’, muitos têm sido admitidos pelas Direcções Provinciais de Educação para leccionar esta cadeira, conquanto tenham feito outro curso no ensino médio ou superior, situação que nos preocupa enquanto especialistas nesta área.

Desta feita, atendendo a esta situação, aconselham-se as Direcções Provinciais de Educação, sobretudo a de Luanda, a terem mais cautela e a serem mais sinceros, honestos e incorruptos durante o processo de selecção dos candidatos a docentes. Esta situação será benéfica para todos, dado que facilita o processo de ensino-aprendizagem. E, assim, poderemos ter um país que caminhará melhor no processo pedagógico.

Littera Lu e André Mateus
Enviado por Littera Lu em 12/11/2015
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