ESTÓRIA: palavra quase morta!

Ao consultarmos o verbete “estória”, no “Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo da língua portuguesa”, 2011, encontramos isto: “sf. Bras. Ver história (3)". Ou seja, o dicionário nos diz que devemos consultar o verbete “história”, na acepção de número 3. No verbete “estória” e sobre essa palavra, esse dicionário registra: “A palavra foi proposta para designar narrativa de ficção, mas a forma preferencial é história”. As edições menores de Caldas Aulete, incluindo uma edição de bolso, registram a mesma informação.

Quando consultamos o verbete “estória” no “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa” (3ª edição, 2004), esse dicionário sugere que consultemos o verbete “história”. A respeito da palavra “estória” e nesse verbete, registra: “Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções”.

Muitos dicionários não registram o verbete “estória”. Não é errado usar essa palavra, mas é uma palavra desnecessária e quase morta. Isso porque “história” é uma palavra polissêmica: tem vários significados, incluindo o de narrativa de fatos fictícios, mentira, argumento construído para enganar alguém, anedota, piada, coisa, troço, além de ser ciência e/ou disciplina. “História” é uma palavra abrangente.

O “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” (1ª edição, 2009) diz que “estória” é “ant.”, isto é, palavra antiga.

Obs.: Talvez algumas pessoas não tenham entendido uma palavra que usei. Eis uma explicação: “Os verbetes de um dicionário são os pequenos blocos de texto que trazem informações sobre os significados das palavras. Cada verbete começa com a palavra que será definida”. Verbete é, portanto, a palavra com o significado ou os significados que você procura, além de trazer outras informações. Quando você procura o significado de uma palavra, a regência, abonações etc., você está consultando um verbete, além de querer saber sobre uma palavra específica.

Nota: Assim como não usamos mais a palavra “dous” (a mesma coisa que “dois”), usada no tempo de Camões, a palavra “estória” está saindo de uso. História resolve o problema. Esta é polivalente! Eu fico com ela. Como dizia Cícero: “A história é a mestra da vida”.

É isso aí!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 24/10/2015
Reeditado em 25/10/2015
Código do texto: T5425869
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