Pastos Bons vive no atraso
Eu não sei quem determinou, em Pastos Bons, a escrita “pastosbonense” (tudo junto). Mas quem determinou não sabia o que dizia. Quem aceitou – a população inteira – não sabe o que faz. O certo é “pastos-bonense” (com hífen), ainda que, até nos eventos solenes realizados na cidade de Pastos Bons, esse adjetivo esteja escrito assim: pastosbonense (forma errada). Agora, por birra (coisa infantil), por saberem que eu estou mostrando, desde 2013, a forma correta, muitos continuam exibindo (orgulhosamente) o erro, como se eu perdesse alguma coisa. Problema deles. Mas eu tenho a satisfação de provar que todos estão errados.
Evanildo Bechara: “Serão hifenizados os adjetivos gentílicos (ou seja, adjetivos que se referem ao lugar onde se nasce) derivados de nomes geográficos compostos que contenham ou não elementos de ligação: belo-horizontino, mato-grossense-do-sul, juiz-forano...” (Moderna Gramática Portuguesa, 2009). Sendo assim, o certo é: pastos-bonense (a pessoa que nasceu em Pastos Bons ou pertence a esse município brasileiro, ou aquilo que é pertencente a Pastos Bons). Ora, sabemos que “pastos-bonense” é adjetivo gentílico derivado de nome geográfico composto. Por isso, o hífen é necessário! Nem adianta espernear!
O “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”, 2009, na página 1444, segunda coluna, registra: “pastos-bonense adj.2g. s.2g. (a1779) relativo a Pastos Bons MA ou o que é seu natural ou habitante. GRAM pl.: pastos-bonenses. ETIM top. Pastos Bon (s) + -ense”.
O “Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo da língua portuguesa”, 2011; um dicionário direcionado ao Ensino Médio, no final dessa obra, na seção “Gentílicos brasileiros”, na página 1453, registra exatamente assim: “pastos-bonense Pastos Bons (MA)”.
O “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 2004, na página 1505, segunda coluna, registra: “pastos-bonense. Adj. 2g. 1. De, ou pertencente ou relativo a Pastos Bons (MA). S. 2g. 2. O natural ou habitante de Pastos Bons. [Pl.: pastos-bonenses.]”.
Domingos Paschoal Cegalla registra: “Em adjetivos compostos: mato-grossense, rio-grandense, latino-americano...” (Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 2008, p. 82). Ora, sabemos que pastos-bonense é adjetivo composto. Por isso, o hífen é necessário!
O “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, ainda de 1986, na página 1280 (ipsis litteris): “pastos-bonense. Adj. 2g. 1. De, ou pertencente ou relativo a Pastos Bons (MA). S. 2g. 2. Natural ou habitante de Pastos Bons. [Pl.: pastos-bonenses.]”. Portanto, antes do último Acordo Ortográfico, o certo era: “pastos-bonense”. O plural é: pastos-bonenses. Agora, com o novo Acordo, o certo continua sendo “pastos-bonense” (singular) e pastos-bonenses (plural).
O “Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 2010, registra: “pastos-bonense Adj. 2g. 1. De, ou pertencente ou relativo a Pastos Bons (MA). S. 2g. 2. O natural ou habitante de Pastos Bons. [Pl.: pastos-bonenses.]”. O VOLP, 2009, registra com hífen, mas esqueceu o S final de “pastos”.
Na internet, os dicionários confirmam o que eu digo. Mas o atraso, a arrogância e a ignorância são tantos, que muitos, mesmo sabendo o que é certo, continuam, por birra (coisa infantil), digitando de forma errada no Facebook, para que eu veja e diga alguma coisa (rs). Estou dizendo, pois. Quem quiser, pode continuar no erro. A Língua Portuguesa não é minha. A minha função é apenas mostrar o que é certo e o errado. Entretanto, há muitas pessoas inteligentes em Pastos Bons. Aos inteligentes, eu dirijo a minha admiração.