PROPAROXÍTONAS EVENTUAIS
Eu sei que para muitos, aprender gramática é algo doloroso (traumático?). Entendo perfeitamente! Tem toda a razão quem entra em pânico diante de aulas de conteúdos gramaticais. Negocinho difícil, viu!
E então quando o assunto é “oxítona, paroxítona e proparoxítona” tem gente que viaja, porque não consegue compreender as regras e se perde quando deve classificar as palavras quanto à sílaba tônica.
Até hoje eu acreditava que esse tema era moleza, mas me vi diante de uma questão de prova que, por um momento, me frustrou, acabando com a minha convicção de que eu sabia alguma coisa.
A resposta correta de uma das questões da prova abençoada trazia “residência” como proparoxítona. Como assim? Pronunciei a palavra várias vezes e fiz a separação silábica (re - si - dên - cia). E, muito dona da razão, pensei: “Não pode! A regra básica para as palavras proparoxítonas é que todas elas são acentuadas na antepenúltima sílaba (como em “médico" e "árvore”)”.
Gente do céu! Sem acreditar naquilo, corri para as consultas e, para minha desventura, descobri que de fato existem as “proparoxítonas eventuais”.
“Para tudo!”, pensei.
Recusando-me a aceitar as fontes consultadas, recorri à Benigna Lessa, minha sempre professora de Português, que me explicou: “toda palavra paroxítona terminada em ditongo oral crescente (semivogal + vogal) será considerada, pela gramática tradicional, uma proparoxítona eventual (relativa ou acidental)...”
Entendi! Mas passei horas tentando aceitar a novidade, intrigada pelo fato de nunca ter ouvido menção qualquer a essa “eventualidade”.
Agora estou aqui refletindo sobre o estudo da Língua Portuguesa: não basta uma vida, é coisa demais! Vou ter que levar comigo uma boa gramática quando partir, para seguir aprendendo.