Bom senso ou bom-senso?
Dicionaristas da Língua Portuguesa estão complicando tudo. Será que eles sabem o que estão fazendo? Existem as duas escritas: “bom senso” (sem hífen) e “ bom-senso” (com hífen). Vejamos:
O “Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo da língua portuguesa” (2011) registra o verbete “bom-senso” (com hífen). Significado de “bom-senso” nesse dicionário: “Aptidão de distinguir o que é razoável e lógico, factível, adequado etc. entre diferentes alternativas”. Obs.: Não gostei dessa definição.
O livro “Literatura em contexto: a arte literária luso-brasileira”, 2012, de Clenir Bellezi de Oliveira, na página 296, grafa “bom-senso” (com hífen): “Venceu o bom-senso de Alencar...”
O “Dicionário Brasileiro Globo” (1999) não registra o verbete “bom-senso” (com hífen). No entanto, no verbete “juízo”, encontramos: “bom-senso” (com hífen).
No “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa” (2004) não se encontra o verbete “bom-senso” (com hífen). No verbete “senso”, encontra-se “bom senso” (sem hífen).
O “Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa”, 2011, 6º ao 9º ano, não registra o verbete “bom-senso” (com hífen). No verbete “senso”, encontra-se “bom senso” (sem hífen): “Capacidade de distinguir entre o certo e o errado; juízo”.
O “Saraiva Jovem: dicionário da língua portuguesa”, 2010, 6º ao 9º ano, apresenta o verbete “bom-senso” (com hífen).
O “Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras: língua portuguesa”, 2011, 6º ao 9º ano, não registra o verbete “bom-senso” (com hífen). No verbete “senso”, ele registra: “Bom senso: capacidade de julgar o que é bom e o que é ruim; equilíbrio: O uso do bom senso ajuda as nossas escolhas”.
O “Dicionário da Língua Portuguesa Evanildo Bechara”, 2011, de Evanildo Bechara, também não registra o verbete “bom-senso”, com hífen. No verbete “senso”, encontramos: “Bom senso: Capacidade de avaliar ou julgar de modo correto e ponderado”.
No “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”, 2009, não encontramos o verbete “bom-senso”, com hífen. No verbete “senso”, encontramos: “Bom senso: capacidade ou poder de distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau, o bem do mal; julgamento correto e equilibrado”.
Vemos, portanto, que a língua portuguesa se encontra numa triste situação. Eu prefiro escrever “bom senso”, sem hífen. Não está fácil ser professor de língua portuguesa.