Deus: concreto ou abstrato?

Muitas pessoas, devido a uma aula deficiente de um professor, talvez digam que “Deus” é substantivo abstrato. Se assim procederem, estarão cometendo um erro, pois DEUS é SUBSTANTIVO CONCRETO. Nem adianta chiar! Deus é substantivo concreto!

Concreto não é somente o que pode ser tocado. Substantivos concretos nomeiam seres que têm existência própria, ou seja, que não dependem de ninguém ou de outro ser para existir. Um lápis, por exemplo, não depende de mim. Ele existe. O meu notebook não depende de mim para existir. Ele existe. A minha escrivaninha não depende de mim. A impressora sobre a minha escrivaninha não depende de mim. Deus não depende de ninguém para ser Deus. Ah... eu não estou filosofando, nem fazendo teologia. Esta é uma aula de Língua Portuguesa.

Quando o ser tem existência independente, real ou não, o substantivo é concreto. Casa, Deus, alma e fada são substantivos concretos. Amor, saudade, coragem, medo, covardia, esperança são substantivos abstratos.

O que é um substantivo abstrato? É aquele que só existe a partir de outros, ou seja, depende de outro ser para existir. O medo, por exemplo, só existe se alguém sentir medo. Por isso, o medo é abstrato. A coragem precisa de alguém corajoso para existir. A esperança precisa de alguém que seja esperançoso. O amor e a saudade dependem de alguém para existirem. Por isso, são abstratos. A covardia precisa do covarde. Por isso, é abstrata.

Agora, vamos filosofar? Eu já dei a minha aula de língua portuguesa.

A partir de agora é filosofia! É bom separar as coisas.

Sartre tinha razão: “O covarde é responsável por sua covardia”; “o covarde se faz covarde”; “o herói se faz herói; existe sempre, para o covarde, uma possibilidade de não mais ser covarde, e, para o herói, de deixar de o ser”.

Uma observação filosófica: quem diz que Deus não existe está errado, muito errado. Ora, quando se diz “Deus”, no próprio enunciado já existe a afirmação da existência de Deus. Se alguém diz que não acredita em Deus, já está dizendo que Deus existe; apenas não acredita Nele. Problema de quem não acredita. Portanto, não faz sentido dizer que Deus não existe, ou que não acredita Nele. Se quer dizer que não acredita na existência de um ser que criou o céu e a Terra, a vida e o mundo, deve dizer: não existe “um” Deus. Ah, mas isso não é filosofia de Sartre, pois ele era ateu, e eu sou teísta. Essa é uma parte da minha filosofia. Eu sei que Deus existe, pois, quando eu digo “Deus”, eu já estou afirmando a sua existência. Além disso, eu sinto a presença de Deus na minha vida. Sem Ele, eu nem teria nascido.

Ah, Deus, além de ser substantivo concreto, é próprio. Por isso, deve ser escrito com D (maiúsculo).

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 11/07/2015
Reeditado em 11/07/2015
Código do texto: T5307494
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