Respondendo..."a margem para mais de uma interpretação nesse título de notícia"
"José Dirceu tem negado pedido de habeas corpus
preventivo".
A INTERPRETAÇÃO DESEJADA :
A INSTÂNCIA JUDICIAL COMPETENTE negou o pedido de habeas corpus preventivo FORMULADO POR JOSÉ DIRCEU.
Considerando tal linha interpretativa, José Dirceu é
"paciente" (aquele que sofre a ação de alguém) e (mesmo não citada,
mas subentendida) a instância judicial competente é o "agente" (aquele que é autor de determinada ação contra alguém ou algo).
A OUTRA INTERPRETAÇÃO TAMBÉM POSSÍVEL.
(tendo em vista a forma como está postada a notícia).
JOSÉ DIRCEU (ultimamente) não tem atendido
pedido de habeas corpus preventivo (para qualquer eventual pleite-
ante).
Considerando tal linha interpretativa, José Dirceu
passa a ser O AGENTE (o que aplica a ação DE NEGAR O ATENDIMEN-
TO) e (também mesmo não citado, mas subentendido) "qualquer plei-
teante", o paciente (o que sofre a ação de não ser atendido no pleito).
O que gerou tal possibilidade de mais de uma in-
terpretação foram três fatores simultâneos :
1 - O emprego da LOCUÇÂO VERBAL "TEM NEGA-DO";
2 - A inadequada ORDEM DAS PALAVRAS
(entre "tem" e "negado" é que deveria estar
colocado o trecho "pedido de habeas corpus preventivo";
3 - NÃO EMPREGO DO PRONOME POSSESSIVO "SEU"
(o trecho "pedido de habeas corpus preventivo
deveria ser precedido desse pronome "seu").
Para que não suscite tal possibilidade de mais
de uma interpretação, a notícia acima deveria estar assim postada :
Opção A :
O pedido de habeas corpus preventivo de José Dirceu foi negado.
Opção B :
José Dirceu tem / teve seu pedido de habeas corpus preventivo nega- do.
Certinho, certinho ? tomara !
(O amigo / colega recantista já observou que nossa "fon-
te inesgotável de "imperfeições gramaticais" reside em publicações jornalísticas - de onde se espera que tal não ocorra, já que se trata de
fonte de conhecimento e cultura ?)