Erro
 
Uma pedagoga que se formou na mesma faculdade em que eu estudo, escreveu num comentário um pequeno texto, onde a palavra “você” aparece escrita três vezes, e todas elas com  cedilha. Por termos sido colegas de classe, eu a alertei in box sobre sua distração.
Ao invés de me agradecer a discrição por eu ter mencionado a ela, de maneira privada, seu pequeno equívoco, e  por eu ter demonstrado algum interesse pelo seu progresso na escrita, fui insultada.
Na verdade o que me aborreceu não foram exatamente os insultos e sim os erros gritantes no texto em que ela escreveu para me insultar simplesmente pelo fato de eu ter querido ajudá-la a corrigir seu erro.
As pessoas que se recusam aprender me preocupam, principalmente quando são aquelas que escolhem para si o respeitável ofício de ensinar. É um paradoxo uma pessoa que quer ensinar, sentir-se ofendida com uma observação que diz respeito a um erro  cometido e que possivelmente trata-se de um vício de escrita e que, provavelmente, enquanto  estudante passou por professores que não se importaram, ou não souberam orientar seus alunos a escreverem corretamente.
Por isso eu insisto em dizer que memorizar  tempos verbais não transforma ninguém em escritor. Este passa a ser somente um papagaio.
É preciso, a meu ver, que seja integrado novamente ao currículo escolar a disciplina de Literatura. Nessa matéria é necessário, se o professor for bom, que o aluno leia, interprete e escreva. O ideal seria que na disciplina de Língua Portuguesa fosse pedido ao aluno que fizesse redações. Infelizmente, as grades curriculares foram sendo deixadas ao descaso e o que se nota são pessoas que escrevem de maneira vexaminosa. Penso que não  era para ser assim, pois as escolas têm (deveriam ter) a função de ensinar ao aluno o mínimo para que este sentisse que o tempo disponibilizado nas aulas foram proveitosos.
O antagonismo está em ir para a escola e não se preocupar em aprender a ler e a escrever. Está em  somente frequentar as aulas para buscar o diploma que certificará a sua passagem pela escola e o colocará na sociedade como um pretenso (asno) diplomado.
 
Mari Silva
 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 03/07/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5298626
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