Tomara que esta nossa publicação (número 3.000 - ufa!) gere uma boa polêmica
Observe estes dois termos :
1 - CIÊNCIA
2 - HERÓIS
O ponto em comum - objeto desta nossa tenta-
tiva de "polêmica" - tem a ver com a parte de ACENTUAÇÃO GRÁFICA
dos dois termos.
Quanto ao primeiro termo, nenhum motivo
para questionamento acerca de sua acentuação que tem por funda-
mentação "tratar-se de palavra paroxítona terminada em ditongo".
(Ocorre que - favor atentarem para este detalhe : - , nesta palavra,
o encontro vocálico IA (de "cia") tanto pode ser pronunciado como ditongo (ci-ên-cIA) - e aí estaria incurso no processo chamado SINÉRESE -, como também pode ser pronunciado como hiato (ci-ên-
cI-a) - e, neste caso, teríamos o processo chamado DIÉRESE).
(Ou seja : ocorre a SINÉRESE sempre que um
HIATO for pronunciado como DITONGO - como ocorreria se pronun-
ciássemos PIANO como sendo "piã-no" -; e ocorre a DIÉRESE sempre
que um DITONGO for pronunciado como HIATO - é o que ocorreria se
pronunciássemos SAUDOSO como sendo "sa-ú-do-so").
Já com relação à acentuação ado segundo termo ("heróis") que é acentuado sob a fundamentação gramatical (conforme última Reforma Ortográfica) por conter um ditongo aber-
to - ói - e a palavra ser OXÍTONA. Se contiver esse mesmo ditongo aberto e for paroxítona a palavra, ela não será acentuada. É o que -
pela nova ortografia - ocorre com (a não acentuação de) PARANOIA.
É no detalhe da hipótese de "HERÓIS" (a exemplo de CIÊNCIA) permitir a dupla possibilidade de pronúncia
(he-rÓIS : sinérese; e he-rÓ-Is : diérese) que NÃO DEVERIA SE A-
CENTUAR "HEROIS", porque haveria a possibilidade de esta paroxí-
tona (he-rO-is), e, com tal classificação, já não se justificaria a sua
acentuação, conforme previsto na última Reforma (como ocorre com PA-RA-NÓI-A - ou : pa-ra-nó-ia)